Antes de John Textor decidir por Renato Paiva, o Botafogo negociou a contratação do também português Vasco Matos, técnico do Santa Clara. Revelação na liga portuguesa, Vasco deu entrevista esta semana ao jornal “A Bola” sobre como foram as conversas com o Glorioso e disse não ter se arrependido, apesar de admitir que foi difícil recusar a proposta.
– Claro que não vou dizer que foi fácil. Foram ali duas ou três noites complicadas, com momentos com as pessoas responsáveis, mesmo com a minha comissão técnica, de muitas conversas, para percebermos qual era o melhor passo para nós. Não foi fácil, obviamente. A questão financeira envolvida, obviamente, mexe conosco… Não foi nada fácil, mas não estou nada arrependido, acho que foi o passo certo e fortalece o que eu tenho vindo a construir ao longo destes anos. Comecei de baixo e quando te aparece um convite do Botafogo é sinal de que estás a fazer muita coisa bem. E isso nos dá alento para o nosso futuro. E claro, quando o Botafogo aparece, é um motivo de orgulho – disse.
Vasco Matos conseguiu levar o Santa Clara, clube recém-promovido da segunda divisão, ao quinto lugar no Campeonato Português, conseguindo uma classificação inédita para a Liga Conferência da Uefa.
– Houve o interesse do Botafogo, reuniões e uma proposta. Após analisar todos os dados, achei por bem continuar no Santa Clara. Achei que não era o momento de sair e era importante finalizar a temporada e acabar o excelente trabalho que todos estávamos a realizar. Foi uma decisão pensada, um bocadinho também em função daquilo que tem sido a minha carreira. Quis sempre fazer um trajeto sustentado, muito equilibrado, sem queimar etapas, e achei que naquele momento não era o momento para eu dar esse passo para o Botafogo. Quero sustentar a minha carreira e quero continuar a crescer. E, acima de tudo, finalizar duas temporadas que têm sido excelentes. E em boa hora o fiz – ressaltou.
Naquela ocasião, em fevereiro, Vasco Matos acabou renovando com o Santa Clara até 2027. O Botafogo argumentou que o tema da licença do português não ser válida para competições da Conmebol acabou pesando, enquanto há quem diga que a questão financeira foi o que acarretou a não conclusão do acordo com o Alvinegro.