‘Veto’ de René Simões, apoio de Ricardo Gomes, cobrador de pênaltis, arrancada… Rodrigo Lindoso recorda passagem pelo Botafogo

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Por FogãoNET

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Rodrigo Lindoso, ex-Botafogo
YouTube/Charla Podcast

Rodrigo Lindoso teve passagem intensa pelo Botafogo. Campeão da Série B em 2015 e do Campeonato Carioca em 2018, o volante participou também da campanha da arrancada no Campeonato Brasileiro de 2016 e da Libertadores de 2017. Em entrevista ao “Charla Podcast”, ele lembrou sua história no Alvinegro.

Atualmente sem clube e à espera de propostas, Lindoso revelou que quase não acertou com o Botafogo por causa de um treinador: René Simões.

Leia abaixo os principais trechos:

Do Madureira para o Botafogo

– O Botafogo quer, mas o René trava. Meu empresário continuou tentando, eles tinham perdido para o Vasco na final. Fiquei chateado, sumi uma semana. Tínhamos ganho uma folga no Madureira, parei, não respondia ninguém. Daqui a pouco minha mulher avisa que meu empresário da época queria falar comigo. Ele me xingando, não sabia onde eu morava, que era em Bento Ribeiro. Falou “vai surgir de novo o Botafogo”, o René não queria, mas o Botafogo todo queria. “Eu não quero ir por ir não, quero se os caras quiserem mesmo”. Deu dois dias depois, a imprensa me ligando, fechou.

Fator Ricardo Gomes

– Ali cheguei bem, montamos time, fomos campeões. O que mudou minha vida ali um pouco também foi o Ricardo Gomes. Sensacional. E está bem para caramba agora, encontrei com ele duas vezes quando ele estava no Santos, agora está na Seleção Brasileiro. Fizemos parte do processo de recuperação dele, porque o Botafogo foi sensacional. Entre os jogadores, tinha um cara fenômeno, que eu presenciei várias resenhas de liderança, que era o Jefferson. Fez toda história no Botafogo, fez questão de jogar Série B. Jefferson foi sensacional. Ricardo tinha certa dificuldade na fala, normal na recuperação dele. Jefferson, além de estar como capitão e líder, nos reuniu e falou que o professor precisava também da nossa ajuda. Não era ele treinar o time e nós fazermos só o nosso não, tínhamos que cair dentro, falar, conversar. Abraçamos. Esquece o futebol, estávamos também pelo lado ser humano. Sou grato porque quando cheguei ao Botafogo não estava jogando, ele chegou, o auxiliar me falou para ficar tranquilo que a minha hora ia chegar. Estreei contra o Macaé no Rio, melhor cenário, porque já conhecia o Macaé de jogar contra. O auxiliar falou “fica à vontade que a posição é sua”. Aí evoluí para caramba, porque já não pensava se estava em teste.

Especialista em pênaltis

– O Ricardo saiu para o São Paulo, ficamos chateados com ele. Era óbvio que ficaríamos, pois estávamos com tudo encaixado, ele me colocou como batedor oficial de pênaltis do Botafogo. Sassá ficava puto (risos). Eu sempre treinei, tinha brecha, estava fazendo. Ele e outros atacantes falavam “não pode, volante bater pênalti?”. Tem até sentido, mas tem que ir lá e fazer também. Teve aquela arrancada com o Jair Ventura, que antes era auxiliar fixo do clube. Chegamos a estar em 17º.

Elenco

– Eram uns caras que passaram por time grande, com altos e baixos, outros querendo se firmar. Aquele grupo, principalmente de 2017, foi um dos melhores. O Fluminense peguei pouco tempo, o Internacional peguei mais tempo, mas o do Botafogo era muito encaixe. De clube, família, funcionários. Encaixou de tal maneira que era muito orgânico, tranquilo. É normal ter a vaidade no futebol, na vida, imagina 30 jogadores? Só que tudo encaixou, não foi à toa. Tínhamos o Jair começando. As coisas aconteciam naturalmente.

Libertadores de 2017

– Cara, sempre pontuo isso, acho uma puta sacanagem a Conmebol nas quartas da Libertadores não ter o VAR. Só entrava na semifinal. Estávamos voando, tudo encaixadinho, bonitinho, o Grêmio bem também, tem um lance muito polêmico que ninguém que falou, que é um pênalti claríssimo no Gilson no primeiro jogo. Se tem o VAR, dá o pênalti. O que isso mudaria? 1 a 0 no jogo de ida, nosso time não era ofensivo, também não era retranqueiro, mas marcava muito bem. Porque jogávamos com quatro volantes, eu, Bruno Silva, Airton e João Paulo, Rodrigo Pimpão e Roger na frente. Era uma história irada daquele time. Foi sensacional. O Grêmio também não estava longe de merecer, mas aquele time com vantagem de 1 a 0 pelo menos levava para os pênaltis. É lembrado, claro que não foi uma conquista, mas foi algo que aconteceu com um grupo de pessoas que era para acontecer. Encontrei com alguns torcedores que falaram que foi o ano da vida deles como torcedores do Botafogo. Porque queriam ir no jogo. Era bonito para caramba. Aqueles jogos da pré, da fase de grupos, o jogo com o Nacional engolimos eles em 20 minutos. Foi uma parada bem legal.

Fonte: Redação FogãoNET e Charla Podcast

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