Vice-presidente geral do Botafogo, Vinicius Assumpção foi o representante da diretoria em Pelotas, onde o time alvinegro venceu o Brasil-RS por 1 a 0 e conquistou o título da Série B neste domingo. Com mudança de cultura interna, ele considera que o clube está no caminho certo de recuperação.
– Temos que aprofundar esse processo de reestruturação, é o caminho pra não voltar nunca mais pra Série B. Porque não basta subir, nós subimos outras vezes e caímos. Essa Série B foi diferente de todas as outras, não é porque é a série B mais disputada, mas o Botafogo conseguiu a proeza de ser o primeiro dos grandes a subir depois que mudaram a fórmula de cota de TV. O grande impacto dessa subida foi a gente jogar a Série B com menos R$ 100 milhões. Não é só a cota de TV, é o patrocínio que é menor, a marca desvaloriza, todos os ativos do clube desvalorizam, você perde muita receita – explicou Vinicius, que fez uma ressalva.
– Mas a situação ainda é muito grave, só a S/A salva a gente. Vamos fechar esse ano no vermelho, o orçamento do ano que vem também não será superavitário. Vai entrar recursos, mas vamos ter que aumentar o investimento também senão nós vamos retornar pra Série B – acrescentou, em entrevista ao site “GE”.
Sobre a Botafogo S/A, que voltou a ganhar força após a aprovação do projeto da SAF (Sociedade Anônima de Futebol), ele se mantém esperançoso de avanços em 2022.
– Eu estou muito animado. Mas a diretoria trabalha com muita cautela sobre esse assunto, porque isso já foi muita decepção para a torcida. Tem um grupo trabalhando com muito sigilo, porque além do mercado exigir o sigilo temos que ter o respeito com a torcida. Estamos trabalhando sem contar com a S/A, tanto que estamos fazendo a estruturação, e o objetivo de todo esse trabalho é pra tornar o clube mais atrativo pra que a gente consiga esse S/A. O objetivo é tentar separar o futebol e montar um processo que não é só vender, eu tenho que trazer o investidor e ter algumas garantias que ele vai me dar resultado – declarou o vice.
Vinicius Assumpção tem consciência que na Série A a dificuldade será ainda maior. Mas mantém confiança na reestruturação do Botafogo para os próximos anos e projeta o clube melhor até o fim da gestão.
– Eu estou deixando minha vida pessoal e profissional de lado, mas é fazendo uma coisa que eu sempre sonhei que era ajudar a mudar a história do Botafogo. Eu quero ter a oportunidade de fazer uma boa gestão e daqui a quatro anos voltar pra arquibancada que é o meu lugar. Eu quero estar na Libertadores viajando que nem eu fiz alguns anos atrás. Eu sou muito presente, eu vou a tudo que é treino, mas eu não sou um cara que fico palpitando. Presença é diferente de palpite. Acho que nós fomos além do que pensamos nesse primeiro ano. A gente pegou um clube muito destruído. Os últimos dez jogos da temporada passada, eu vi o vestiário e falei com o presidente pra gente preparar a Série B. Conseguimos o objetivo.
– Agora o desafio aumenta. Ano que vem a torcida precisa continuar abraçando o clube, tem que parar de olhar a árvore e enxergar a floresta, olhar o que está sendo feito pro futuro. Não se resolve R$ 1 bilhão de dívidas em um ano. A gente está passando por um processo de transformação e esse processo tem as suas variações, mas eu estou muito otimista que a gente vai conseguir superar os desafios. Daqui a quatro anos eu tenho certeza que nós vamos estar jogando a Libertadores, e olha que eu sou pé no chão – finalizou.