VÍDEO: veja o emocionante relato completo de Marlon Freitas, capitão do Botafogo, sobre o pai

Volante do Botafogo, Marlon Freitas se emocionou ao contar sua história e trazer de volta as recordações do pai, que faleceu vítima de um câncer em 2017. Agora, ele sonha em homenageá-lo com o título inédito na decisão da Libertadores contra o Atlético MG em Buenos Aires. É o Fogão pela Glória Eterna!

Veja o vídeo da Conmebol acima.

Leia o relato de Marlon Freitas:

“Cara, eu sempre falo que não era para eu estar aqui. Eu nasci em Magé, em Piabetá, aqui no Rio de Janeiro. Depois, meus pais se separaram, eu morei um tempo com o meu pai lá em Magé, em Piabetá. E depois de 9, 10 anos, 9 para 10 anos, eu fui morar com a minha mãe em São Gonçalo. Foi onde tudo começou, eu comecei a jogar. Eu jogava lá também, em Piabetá, mas não tinha tantas oportunidades. Depois que eu fui para São Gonçalo, mudou um pouco. Comecei a treinar em várias escolinhas e comecei a jogar mesmo com 17 anos. A federar mesmo, a jogar um campeonato, que foi o Paranaense, sub-17, na época. E, cara, para mim a maior dificuldade que eu tive, só para resumir um pouco, porque é uma história muito longa, foi em 2017, cara, com a perda do meu pai.

Acho que foi o momento mais difícil para mim. Foi onde um ponto de interrogação veio na minha cabeça, se eu iria continuar, se eu iria conseguir. Porque esse era o sonho do meu pai, né? Meu pai tentou, infelizmente com as dificuldades que tinha lá atrás, época de roça, essas coisas, acabou não conseguindo. Na época, os meus avós não deixaram ele sair de casa. E eu, como sou o filho homem, né, tenho três irmãs, então, meu pai sempre apostou em mim, sempre acreditou. Queria que eu fosse jogador. E eu consegui, né? Eu realizei o sonho do meu pai, dele me ver jogando. Meu pai me viu jogando no Maracanã, um dos maiores palcos do futebol. Mas, em 2017, a pior notícia que eu recebi na minha vida foi a perda do meu pai, né? E eu perdi o meu pai em uma concentração. Então, essa junção, essa coisa do futebol, ela mexe muito comigo. Porque eu perdi o meu pai, eu estava concentrado e eu não queria ir. Porque eu já sabia que o meu pai estava no hospital, morreu de câncer. E eu não queria ir. Só que ele falou pra mim que era pra eu poder ir. Que era o sonho dele e era o meu sonho.

Mas, ali, eu já sabia que o meu pai também não ia aguentar muito. E ele queria que eu estivesse no lugar onde ele sempre sonhou estar. E, assim, foi um momento marcante pra mim. Meu pai, o cara que sempre deu o melhor, nunca deixou faltar nada, e ver meu pai naquelas condições ali era muito difícil pra mim. E foi Deus mesmo que não… Eu estava em Chapecó e, por duas vezes, o voo foi cancelado. Eu não consegui enterrar no meu pai. Ele queria que eu ficasse ali, jogar bola. Era o meu sonho, era o sonho dele. E eu não conseguia enterrar meu pai, por duas vezes. Você acha que é coincidência, mas não é não. Talvez, se Deus tivesse permitido eu ver meu pai ali, naquele momento de dor, de sofrimento, eu teria certeza que eu não estaria aqui. Isso é certo.

Então, a imagem que eu tenho do meu pai é uma imagem alegre. De um cara que apostou muito para eu estar aqui. Então, esse sonho não é só meu, é o sonho dele também. E pra minha família, minha mãe também, pros meus filhos. É muita gente por trás disso, muita gente que o meu pai deixou, mas ele sabia que eu ia aguentar. Então, a minha história é essa, um pouco, né? E eu vou continuar a dar sempre o meu melhor, sempre tentar ajudar o próximo. Vou errar, vou acertar, isso faz parte. Mas desistir, o Marlon nunca vai desistir, nunca.

No momento que eu achei que ia desistir, eu nunca desisti. Então, até carrego o nome dele aqui, que fala que ele sempre vai estar comigo, que nós vamos nos encontrar na eternidade. E eu sei que a gente vai se encontrar lá. Mas a minha missão ainda não acabou aqui. Eu sou movido por um propósito. Então, isso também tudo é pro meu pai, sabe? Eu já sou um campeão, eu já sou um campeão. Então, desculpa a emoção, mas quando eu falo do meu pai, ele é muito mais forte do que eu. E é a minha história, um pouco, né? A minha história é essa. De um cara que nunca desistiu, um cara que sempre vai dar o seu melhor. E é isso.”

Fonte: Redação FogãoNET e YouTube Conmebol Libertadores

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