Vitinho celebra acerto em escolha: ‘Botafogo é o lado mais vitorioso da minha carreira. A gratidão é eterna’

Vitinho celebra acerto em escolha: ‘Botafogo é o lado mais vitorioso da minha carreira. A gratidão é eterna’

Revelado pelo Cruzeiro, Vitinho fez parte da carreira na Europa e não tinha planos de voltar ao Brasil. Até pintar o Botafogo. A escolha se mostrou acertada, com títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, além de convocação para a Seleção Brasileira.

Em entrevista à Botafogo TV, o lateral-direito mostrou gratidão ao clube.

– O lado do Botafogo meu é o lado mais vitorioso da minha carreira, então eu tenho uma gratidão. Eu tenho um carinho por todos os clubes que eu passei, por onde que eu passei eu vivi momentos diferentes, então eu sou grato por todos os clubes. Sou grato principalmente ao Botafogo por ter vivido tudo isso que eu vivi em um ano, ter chegado na Seleção Brasileira, é o clube que abriu as portas para mim, eu nunca tinha jogado no Brasil, e o Botafogo foi o time que abriu as portas para eu chegar na Seleção Brasileira. Então é gratidão eterna pelo Botafogo, essa camisa maravilhosa em um ano que a gente viveu e que jamais será esquecido – destacou Vitinho.

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Acerto com o Botafogo

– Bom, eu já sabia que o Botafogo tinha interesse em mim desde quando eu saí de férias, a temporada na Europa acaba em maio. E eu já sabia porque tem um scout, o Brunno Noce, que está comigo desde novinho também, ele me ajudou a subir no profissional do Cruzeiro. Ele me conhece desde, ele e o Rodrigo Saar, fisiologista, são as duas pessoas que mais me conhecem porque estavam no Cruzeiro comigo. E ele começou a me ligar, começou a falar, “mano, vem, vem, vem, a gente tem um projeto muito bacana assim no Botafogo e você faz parte desse projeto”. E eu estava meio assim na dúvida ainda porque eu não queria voltar para o Brasil, sabe? Eu não queria, não pensava, não passava na minha cabeça voltar para o Brasil. Eu só consigo ver o quão bonito o futebol brasileiro está estando aqui agora, sabe? A gente, estando longe, a gente tem um pensamento assim “ah, o futebol brasileiro está muito para trás”. Hoje a gente consegue ver que não. O Mundial foi a prova disso, entendeu? Então eu tinha essa cabeça. E a partir do momento que eu volto para a Inglaterra e eu começo a conversar com a minha esposa e falar, “ó, está surgindo uma vontade assim de voltar para o Brasil”. E eu começo a pensar, começo a orar, começo a falar com minha esposa, a conversar sobre, até que eu comecei a conversar com o Burnley e eu não queria jogar de atacante na Inglaterra. E o treinador falou para mim, “eu vou te usar como um atacante”, eu falei, “não, não quero”. Aí já estava surgindo essa vontade de voltar para o Brasil, de voltar para o Botafogo, eu tinha outros clubes para voltar para o Brasil também. E eu fui e falei, liguei para a minha esposa e falei que ia voltar. A minha esposa estava aqui no Brasil ainda, que ela estava esperando o visto. E a partir disso eu liguei para o Bruno e falei, “Bruno, eu volto, mas eu volto para ser campeão brasileiro, eu volto para ser campeão do Libertadores”. E aí, como é que o time está, como é que está o projeto do Botafogo, esse é o nosso projeto. Tanto que o jogo do Palmeiras foi de madrugada, assim, e eu fiquei assistindo o jogo do Palmeiras para ver se passava, porque era o meu sonho.

Negociação com o Burnley

– Já tinha começado a arrumar uma briga, assim, uma briga saudável, porque eu queria vir e o Burnley não queria liberar, de jeito nenhum. O Alessandro (Brito) e todos os scouts do Botafogo, junto com o John (Textor), foram espetaculares comigo, assim, porque eles tiveram paciência. Muitas das vezes o Burnley falou que não ia liberar de jeito nenhum, que eu fazia parte do grupo lá, eles contavam comigo. Então, o John entrou na última hora. Quem falou comigo mesmo foi o Alê, junto com meus empresários, e o Alê passou por vários momentos, assim, de não dá mais, não dá pra esperar mais. E ele conseguia fazer com que as pessoas do Botafogo me esperassem, até que chegou um momento que eu falei, “ó, vou no treinador do Burnley, vou falar pra ele que eu quero ir, que eu tenho vontade de jogar na Seleção Brasileira, que essa realmente é a minha vontade de jogar na Seleção Brasileira, e o Botafogo é um clube que pode me entregar isso, o Botafogo é um clube que está disputando no Brasileiro, está disputando no Libertadores, então eu quero ir”. Fui no treinador, ele falou, “OK, te entendo, te libero, agora você tem que conversar com o diretor”. Aí eu peguei o telefone, liguei pro diretor, tive que conversar com ele. Aí até que um dia o John liga pro meu empresário e fala, “ó, o Vitinho quer mesmo vir?” Aí o meu empresário fala, “o Vitinho já brigou com o clube pra querer ir embora. A gente tem que resolver isso”. Aí o John falou, OK. Aí beleza, o John some, mas passa tipo umas seis horas assim e o John volta, “está resolvido”. Eu não sei, o John falou, está resolvido. Beleza, eu pego o avião, não dá tempo nem de ir lá despedir os companheiros meus do Burnley, pego o avião, faço as malas rapidão e venho pro Brasil.

Adaptação ao Brasil

– Minha chegada no Brasil eu achei que seria mais fácil. Por quê? Eu conversava muito, uma das coisas que eu sofri muito foi com o clima do Brasil. E eu conversava muito com o meu staff sobre isso. Eu acabava os jogos, eu acabava os treinamentos. E eu falava pro meu empresário, pro Vinícius Zanetti (preparador físico), “eu não tô aguentando, eu tô sofrendo, mano”. Eu começo o jogo assim, passa 30 minutos e já tô abafado, eu tô cansado. Eu não tô conseguindo ser eu. Ele fala, calma, seu corpo, você vai ter que adaptar tudo de novo. Então foi um momento, eu sempre falava isso pra ele. Acabava os jogos, eu falava pra ele de novo, mano. Sofri de novo, sofri de novo. Até que eu falei, “mano, eu preciso esquecer isso, eu preciso focar no meu hoje, no que eu tô vivendo”. Eu chego num time, se eu não me engano, eu e o Telles somos as duas últimas peças a entrar no time. Então, um time que já tá montado, que já vem embalado assim. E eu tinha o Luiz Henrique, que eu adaptava muito a ele. Porque era o cara que resolvia pra gente. Então eu tinha que adaptar a ele. Eu não tenho a liberdade que eu tinha hoje. Hoje eu sou um dos laterais que mais entra na área. Até que eu entendi isso e falei, é, é um período de adaptação. Eu passei por isso na Bélgica, eu sei o quanto foi difícil pra mim. E agora eu vou ter que adaptar de novo. Mas, graças a Deus, no final deu tudo certo. Eu fui campeão da Libertadores, eu fui campeão do Brasileiro. Mesmo não estando 100% adaptado, assim, sabe? Mas eu fiquei feliz porque o time que a gente tinha no passado, o grupo que a gente tinha, era muito bom. Eles me ajudaram bastante nessa chegada no Brasil.

Torcida mais conectada no Brasil

– Muito mais, muito melhor. Nem se compara desde quando eu cheguei, porque eu nunca tinha passado por isso. É muito diferente, né? A sua relação lá fora, na Bélgica, na Inglaterra, praticamente, é muito diferente. E eu entendo o torcedor do Botafogo, o torcedor brasileiro, que realmente eles são muito mais fanáticos do que as pessoas lá fora. O que a gente sente aqui dentro de campo é totalmente diferente do que a gente sente lá fora. E hoje eu consegui entender mais eles, assim, sabe? Quando eu cheguei eu não entendi. A primeira vez que eu jogava no Brasil, quando eu saí do Brasil eu joguei um jogo e fui embora. Então eu não sabia nada disso. Era tudo novo pra mim, assim, sabe? Mas hoje não. Hoje eu consigo digerir muito melhor. Hoje às vezes eu vejo muitas pessoas me xingando aí. Eu falo, “ah, mano, tudo bem. Tudo bem, tá de boa”. E, cara, eu termino um ano fazendo o jogo da final que eu fiz, sendo um dos melhores em campo. E foi um ano espetacular pra mim. E eu vou de férias e quando eu volto ao Botafogo, em janeiro agora, de férias eu falo, “mano, esse tem que ser meu ano”. Eu tracei metas quando eu vim pro Botafogo, que era ser campeão brasileiro, ser campeão da Libertadores e chegar na Seleção Brasileira. E só faltava a Seleção Brasileira. E eu vim com essa cabeça em janeiro. Eu preciso chegar na Seleção Brasileira, eu preciso ir bem. E graças ao Botafogo, graças a todo o grupo, graças a todos do staff, eles me ajudaram a chegar na Seleção Brasileira e realizar todas as metas que eu tracei pelo Botafogo. Então, sou muito grato a tudo isso que eu vivi nesse ano.

Elenco de 2024

– Sem dúvida, é o melhor grupo que eu já trabalhei no futebol. É um grupo muito acolhedor. Eu lembro muitas das vezes a gente fazia churrasco. Acabava o treino. A gente fazia churrasco junto. Eu olhei um vídeo do meu telefone do Artur Jorge soltando pipa. Eu tenho vídeo do meu telefone e eu nunca tinha visto isso. Muitas das vezes não era churrasco da gente. Não. Acabava o treino, todo mundo tirava camisa, tirava o meião. Todos descalços soltando pipa, conversando. Como se fossem amigos de infância mesmo. Então esse era o grupo nosso. Esse era o grupo nosso. Porque a gente estava dentro de campo, a gente estava unido do mesmo jeito que a gente estava fora de campo. E isso era muito bom. E, com certeza, isso fez o Botafogo ser campeão. Isso fez a gente ter todo o sucesso que a gente teve no ano passado. Então acho que esse grupo está gravado na história. A gente fala no grupo até hoje. A gente tem um grupo de 2024 e falam até hoje. Isso não é normal de acontecer. Pelo menos no meu telefone eu tenho grupos de outros clubes e ninguém fala até hoje.E no Botafogo não. O grupo do ano passado se fala ainda. Então foi um grupo único. Que jamais será esquecido por aqueles que estavam ali no meio. Acho que não só eles estavam, mas o torcedor, toda pessoa botafoguense. Eu nunca esqueci esse grupo. Eu me sinto grato por ter vivido isso.

Reta final de 2025

– Eu fisicamente sempre fui bem, assim, sempre consegui correr bastante, conseguir estar apto para jogar todos os jogos, mas em 2019 eu tive minha primeira lesão assim, grave, que eu fiquei um ano sem jogar. Ali eu percebi que eu precisava de suportes, eu precisava de pessoas ao meu lado que iam me fazer evoluir. Foi onde eu encontrei o Vinícius Zanetti, que é o preparador físico, que é a pessoa que eu mais converso. Eu converso com ele todo dia, a pessoa que eu mais falo, assim, fora do meu suporte, é ele. Acaba os treinos, ele já quer saber os treinos, ele também é ligado junto com o Botafogo, ele conversa com as pessoas do Botafogo, então ele sabe o que eu faço no dia a dia do Botafogo. Essa parte física vem bastante dele. No Brasil, a gente não pode trabalhar tanto fora, parte de força, essas coisas, porque são muitos jogos, então não tem tempo, mas quando eu estava lá fora eu trabalhava mais tempo com ele, eu ficava mais tempo com ele. Muitas das vezes quando ele não estava lá comigo, a gente fazia por vídeo mesmo. E aqui não posso porque o número de jogos, fiz quase 60 jogos, então é bastante diferente, muda um pouco o trabalho, mas aqui eu uso muito mais a fisioterapia. Agora na última data Fifa, como eu também quero jogar todos os jogos, assim, às vezes as pessoas falam comigo no treino para segurar, porque eu sou uma pessoa que está sempre ali dando a vida, sempre trabalhando, sempre correndo, sempre querendo evoluir, porque eu sou um cara que acredita muito no trabalho. E nessa data Fifa eu aproveitei que eu estou com 60 jogos e o corpo já começa a dar sinais de cansaço, já começam a aparecer algumas dorezinhas, assim, eu preferi ficar em casa tratando junto com as fisioterapeutas, porque eu quero jogar a reta final do Campeonato Brasileiro. Eu sei da importância que isso tem para a gente, eu sei que a gente teve um ano muito difícil, apesar do meu ano individual ter sido um ano bom, que eu gosto, que eu posso falar que é um ano positivo, mas o ano coletivo poderia ser melhor. Então, a gente tem uma meta ainda, que é estar na Libertadores, e eu quero jogar todos os jogos, eu quero completar os 90 minutos de todos os jogos, então eu me preparei para isso. Nessa data Fifa, eu aproveitei esse tempo para chegar bem até o último jogo contra Fortaleza.

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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