Lateral do Botafogo, Vitinho tem relação próxima com Vincent Kompany, hoje técnico do Bayern de Munique. O técnico belga inclusive foi um dos responsáveis pela evolução na carreira do jogador, no Burnley, e ligou para ele recentemente para parabenizar.
– Eu falo que em todos os quatro clubes que eu passei na minha carreira eu aprendi uma coisa. No Cruzeiro eu tive uma infância, uma educação, o Cruzeiro faz parte disso, na Bélgica eu aprendi a transição de menino para homem, o lado humano meu cresceu muito, e no Burnley foi o time que eu mais evoluí dentro de campo, junto com ele, eu falo que é o melhor treinador que eu já tive. No Botafogo, foi onde fui mais vitorioso. Taticamente, Kompany conseguia entregar para a gente tudo muito mastigado, muito fácil para a gente entrar dentro de campo. Eu conto uma história que as vezes a gente entrava com uma tática para jogar e não dava certo, mas ele combinava sinais com a gente, inventava, a gente mudava tudo e ganhava o jogo. Você vê o quão capacitado ele é, mas é uma pessoa também que é louca pelo futebol, ele chega no clube às 8h e vai embora às 8h da noite. As pessoas que trabalham com ele já falam que ele é muito intenso, ele liga para você, ele quer saber, ele liga para você e fala, “liga o computador, vê essa imagem, vê isso do treino”. Não tem hora nem lugar, muito vídeo antes do treino, vídeo depois do treino, é um cara que se preocupa muito com a evolução de jogadores, eu mesmo fiquei várias vezes treinando com ele, depois de treinamentos. Esse lado meu defensivo que eu venho destacando aqui no Brasil é por causa dele, que muitas vezes me fazia treinar, fechar espaço, duelar, fazer um para um. Então sou muito grato a ele – elogiou Vitinho, à Botafogo TV.
– Eu falo com ele até hoje. Ele me ligou, depois que a gente ganhou do PSG, dando parabéns para mim, dando parabéns para a equipe. Ele me ligou agora na convocação para a Seleção Brasileira. É um cara também que sempre falou isso, ele falou, “olha eu sabia que você tinha potencial de chegar na Seleção Brasileira, eu já te falei isso, você só tinha que melhorar alguns aspectos, você sabe também o que é, e não vai para lá achando que você é menor que ninguém, na verdade você é um cara trabalhador, você é um cara que merece estar em uma seleção, merece estar onde você está hoje, você é um cara que sempre trabalhou, sempre seguiu firme, mesmo nos momentos difíceis, você estava ali sendo positivo, treinando, então é um cara que eu torço muito”. Eu falo que daqui a pouco ele vai ser, se não é hoje, o melhor treinador do mundo, vai ser um dos melhores do mundo, porque merece e trabalha para isso – acrescentou.
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Ajuda de Kompany em nova posição
– Muito, muito, porque eu era atacante, eu atacava bastante, e o momento que eu cheguei na Bélgica, eu passei por um momento de dificuldade defensivamente, porque o futebol brasileiro é totalmente diferente do futebol da Bélgica. E eu evoluí, evoluí bastante, eu aprendi muito como ser humano, mas o momento assim que eu evoluí mais dentro de campo foi no Burnley, foi com ele, toda a comissão dele. Então eu sou muito grato a ele. E se hoje eu consigo defender bem assim é por causa dos ensinamentos dele.
Virada de chave com mudança para a lateral
– Aos 13 anos eu fui para a Toca da Raposa, que é onde é a base do Cruzeiro. E da base eu passei ali até os 18 anos, onde foi o lugar, assim, que eu mudo de posição, que eu chego na seleção de base. Virei lateral. E depois que eu virei lateral, minha vida mudou, assim, muito rápido, sabe? Eu comecei a ir pra seleção muito rápido, eu comecei a pular etapas. Com 15 anos eu já estava disputando no sub-20. Com 16 anos eu disputei minha primeira Copinha com o sub-20. Então, eu fui bastante precoce, assim, sabe? Depois que eu fui pro lateral, tudo aconteceu muito rápido, assim. E eu fico feliz, né?
Responsável pela mudança virou analista
– Foi o Alexandre Lemos, o treinador da sub-20 que está na Portuguesa hoje. É um cara que eu falo até hoje, é meu analista, é o cara que eu escolhi para ser meu analista porque é um cara que me conhece desde novinho, assim, sabe? Então ele sabe das minhas qualidades desde que ele foi meu treinador na minha primeira vez com 13 anos. Então ele me conhece bastante e ele é o cara que faz análise de campo, de jogo comigo ainda. Ele passa para mim todos os jogos, antes do jogo, assim, no dia do jogo, eu sento com ele por vídeo, eu sei contra quem que eu vou jogar, o Botafogo passa a formação pra gente, eu mando pra ele e a gente estuda o jogador. Mas não é só isso, é muito mais do que isso, é trabalho de evolução, eu falo pra ele, “ó, eu tô tendo dificuldade nisso”. Ele vê jogos meus, ele vê onde que eu posso melhorar, onde que eu posso evoluir. E a gente senta por vídeo, no meio da semana a gente conversa, ele me passa, ele chama a atenção, me dá dura, é um cara que sempre me deu dura, sempre, ele fala “eu sou sincero e reto contigo, eu não vou passar a mão na sua cabeça porque eu quero o seu bem”. E isso vem funcionando já ao longo dos anos, assim, então é um cara que me conhece bastante. Eu sou muito grato a ele e estamos juntos tem bastante tempo já.
Staff próprio
– Hoje eu tenho ele, o analista, eu tenho um preparador físico, Zanetti, Vinicius Zanetti, já está comigo há uns 6, 7 anos já. Eu comecei com ele na Bélgica. Eu tenho uma psicóloga, eu tenho um fisioterapeuta que me acompanha assim o tempo inteiro, está sempre ali ao meu lado, e tenho os agentes, né, que todo jogador, a maioria dos jogadores tem, então é bastante, é grande, assim, porque hoje o futebol evoluiu e a gente precisa de um suporte. E hoje se eu venho evoluindo ao longo dos anos é por causa dessas pessoas que estão ao meu lado e com certeza, a evolução é nítida quando você tem pessoas certas, pessoas boas ao seu lado.
