O título da Libertadores do Botafogo conquistado sobre o Atlético-MG foi especial para Vitinho. Revelado pelo Cruzeiro, o lateral contou que é acostumado a ser campeão sobre o rival e não poderia perder a final de forma alguma.
– Com todo o respeito ao Atlético, é claro, eu sou daqui, eu joguei vários jogos contra o Atlético, eu nunca perdi um título do Atlético na base. Então isso já vinha na minha cabeça, eu quero continuar ganhando o Atlético. E eu tenho vários familiares atleticanos, então eu falei “pô, não posso perder para eles”. Então eu levei isso comigo, mas dentro de campo respeito ao Atlético, é uma grande equipe, a gente sabia do potencial deles, a gente jamais desrespeitou o Atlético, a gente sabia que tinha que fazer o nosso trabalho para ser campeão e graças a Deus deu tudo certo – afirmou Vitinho, ao programa “Bastidores”, da “Itatiaia Esportes”.
O jogador projeta um 2025 vitorioso no Botafogo novamente.
– Eu acho que o objetivo nosso é o mesmo, é ser campeão, é estar lutando pelos títulos em cima de todos os campeonatos. Para isso a gente sabe que tem que trabalhar, hoje a gente não tem um treinador, o Artur (Jorge) foi embora, mas isso não é uma preocupação da gente, é da diretoria. A gente tem que voltar na próxima semana, os jogadores que já estão lá têm que começar o ano bem, porque vai começar com o sub-23, porque eles representam a gente, somos um grupo. A meta para 2025 é ser campeão de tudo de novo, esse é o meu objetivo. Quando eu vim para o Botafogo, eu falei isso para um diretor de Botafogo “eu vou para ser campeão, eu vou para ganhar título, para ser campeão”. Eu coloquei no meu quarto lá “eu vou ser campeão da da Libertadores e do Brasileiro”. E graças a Deus tudo deu certo, então o objetivo nosso é isso, é trabalhar pra para coisas boas virem – acrescentou.
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Final da Libertadores e expulsão de Gregore
– Claro que passa um frio na barriga ali, bate um desespero, mas eu acho que o diferencial da nossa equipe foi a mentalidade que a gente teve dentro de campo. A gente sabia que seria difícil, o próprio capitão nosso falou quando a gente fechou na rodinha “tinha que ser assim, vai ser difícil, isso é Botafogo”. Então, acho que isso inspirou a gente, acho que isso deu a força pra gente. A gente sabia da capacidade que nosso time tinha. A gente tinha feito um belo ano já, não era porque a gente ia, talvez se a gente perdesse a final, que ia mudar tudo, a gente sabia de tudo que tinha passado. E a gente usou isso dentro de campo. O treinador falou que a gente precisava defender agora e quando tivesse a bola jogar. E foi aí que a gente fez o primeiro gol, você pode ver que a gente ficou com a bola muito tempo até fazer o gol. Então, a gente se defendeu e quando teve a bola, teve calma para ir lá e fazer o gol.
Sem traumas do passado
– Eu me lembro que no primeiro dia que cheguei fui ter uma conversa com o Artur Jorge, e ele me disse que a única coisa que não queria ouvir dentro do CT era sobre o passado, porque ele não estava ali e eu também não estava ali, então a gente não tinha direito de falar nada. E todas as vezes que a gente fosse perguntado sobre era para a gente fugir daquilo ali, porque aquilo ali não vivia mais dentro do nosso grupo, sabe? E é claro que a torcida fica ansiosa, é muito tempo sem ganhar um título, mas o grupo nosso é muito bom, a gente tem jogadores cascudos já, que viveram o ano passado, e eles não deixavam isso afetar o nosso grupo. Então a partir do momento que a gente estava chegando à reta final, que a gente teve jogos complicados, que perdemos pontos, todo mundo falando que a gente tinha perdido a cabeça, que o Botafogo estava desesperado, pelo contrário, a gente estava mais unido do que eles imaginavam. A gente fazia reuniões quando as coisas estavam ruins, e eu acho que isso foi a força do nosso grupo, o grupo nosso é muito bom, estava sempre unido, sabia do objetivo nosso, que era ser campeão brasileiro, que era ser campeão da Libertadores. Com o trabalho, a gente sabia que ia conseguir conquistar o objetivo.
Como o futebol brasileiro é visto na Europa?
– Uma pergunta que eles fazem pra gente é como que a gente tem muitos jogos no ano. E isso envolve o Estadual e todos os campeonatos. Então, saber o que é o Estadual mesmo, eles não sabem o que é. Eles acompanham a Libertadores, o Brasileiro. Lembro que eu estava lá ano passado e a gente estava tomando café e vendo os resultados do jogo anterior, do dia anterior, e eles perguntavam sobre o futebol brasileiro. Porque vários jogadores de grandes nomes estão vindo para futebol brasileiro. Esta crescendo, então, cada vez mais eles procuram saber sobre. Mas, em relação ao campeonato estadual mesmo, eles não sabem.
Maratona de jogos
– É muita, muita diferença. Eu nunca tinha jogado vários jogos de sequência assim na minha carreira. Às vezes tem a copa lá fora, tem as outras competições, mas tem vários outros fatores que dificultam mais ainda. O Brasil é muito grande. A gente viaja três horas quando vai para o Nordeste. O clima aqui é muito quente. Lá fora não tem isso. É muito diferente. Então eu acho que isso acaba dificultando mais a recuperação dos atletas. Então dificulta, dificulta. O calendário nosso aqui é muito difícil.
Preparação para 2025
– O Botafogo no último dia que eles falaram “agora vocês estão de férias”, mandaram aquele texto pra falar da temporada que a gente teve, eles já mandaram junto a planilha nossa de treino das férias. Então a gente tem que seguir mesmo de férias treinando, porque a gente sabe que vai ter pouco tempo, se eu não me engano dia 2 já tem uma final contra o Flamengo, a gente tem que estar preparado para isso. A gente estava falando disso de pouco tempo na temporada, na última temporada na Europa eu tive seis semanas de pré-temporada. Então o tempo é muito maior e aqui a gente quase não vai ter.
Sempre quis ser lateral?
– Não, pelo contrário, eu não queria jogar na lateral. Eu tive um treinador na categoria de baixo chamado Alexandre Lemos que ele me colocou na lateral com muito custo, teve umas brigas antes de eu aceitar, mas a partir do momento que ele me colocou, a gente fala que minha vida mudou. Fui convocado pra seleção de base e as coisas começaram a andar, então hoje eu sou grato a ele e agradeço a ele por ter me dado a posição lá atrás.