Nove anos de Botafogo e uma carreira repleta de títulos. Wagner foi campeão da Conmebol (1993), Brasileiro (1995), da Taça Cidade Maravilhosa (1996), do Teresa Herrera (1996), Carioca (1997) e do Rio-São Paulo (1998), entre outras conquistas como jogador no Glorioso. Além disso, ganhou o Estadual de 2010 como preparador de goleiros e a Copa Legends de Futebol Master em 2019.
Com um currículo tão extenso, Wagner é um ídolo da torcida e tem o devido reconhecimento até hoje, em seu bar, no Mercado de Peixes São Pedro, em Niterói.
– Recebo esse carinho todos os dias. Continuo trabalhando com público, tenho bar, as pessoas vão lá, me procuram, tiram foto. É muito gratificante saber que um pedacinho da história do Botafogo tem que ter o nome do Wagner – afirmou o ex-goleiro.
– Parei de jogar, tive que aprender a trabalhar. Tive quiosque na praia, tive táxi, no quiosque a prioridade era peixe. Embalei nessa linha de trabalho, está dando para levar a vida – adicionou.
Simples e carismático, o goleiro recordou os títulos marcantes, mas também falou das partes negativas da carreira.
– O pior momento foi sair do Botafogo, em 2002, do jeito que saí. Teve dois momentos ruins, esse de assinar a rescisão em 2002 e em 2010 quando tive que ser afastado por problemas de direção e financeiros. Faltou respeito nas duas vezes. O trabalho estava legal, Jefferson em momento maravilhoso na carreira, logo depois da minha saída foi para a Seleção Brasileira, chegou até a Copa do Mundo. Na vinda dele eu que estava lá trabalhando, fomos campeões estaduais em 2010. No apagar das luzes, recesso para a Copa do Mundo, arrumaram uma maneira de me tirar de novo. Isso me chateou bastante. Depois dessas saídas, nunca tive interesse em voltar. Às vezes fiz críticas no Facebook, entenderam errado, achando que eu estava forçando a barra para voltar. Tenho minha vida arrumadinha, direitinha, não estou milionário não, mas deixo esse recado, não estava forçando a barra para entrar no lugar do rapaz (Flavio Tenius) lá, que estava um fazendo trabalho legal – contou Wagner, que ainda desmentiu um boato de que teria problemas de visão.
– Isso aí foi plantado. Não vou dar nomes, descobri quem plantou no clube. Fizeram um último contrato, acharam que estava muito alto, não me pagaram, estavam arrumando pretexto para eu sair. Começaram a plantar essa situação que eu não enxergava. Eu fui no oftalmo, fiz matéria, mas mentira instalada é difícil desmentir. O médico do Botafogo foi comigo. Quando fui fazer os exames, fizeram teste de piloto de Fórmula 1 comigo – explicou.
Wagner ainda resumiu o que significa o Botafogo para ele
– É tudo para mim, o que me fez, o que me deu, tudo que tenho sou grato a essa camisa. E a torcida é a mais bonita do Brasil guardo para sempre – completou.
