O zagueiro do Peñarol, Javier Méndez, criticou a polícia do Uruguai e as autoridades de segurança do país por terem “tirado” o jogo contra o Botafogo, pelas semifinais da Libertadores, do Campeón del Siglo. A partida, que terminou com vitória do time carbonero por 3 a 1 – e eliminação com o placar agregado de 6 a 3 -, foi realizada no Estádio Centenário.
Em entrevista ao programa “Quiero Fútbol”, da rádio “Sport 890” nesta segunda-feira, Méndez criticou a polícia brasileira no episódio dos baderneiros torcedores do Peñarol no Recreio e relatou que o ônibus do clube foi alvo de pedradas e teve vidros quebrados a caminho do Estádio Nilton Santos – algo que não foi comprovado em fotos ou pela imprensa -, no primeiro jogo.
– Foi um momento complicado que vivemos, sabíamos que tínhamos que focar no jogo, mas eles tentaram atrapalhar, tirar a gente do jogo. Era praticamente meia hora para chegar ao estádio com a polícia e acabamos levando duas horas, recebemos pedradas, quebraram as janelas. Depois tivemos que ver praticamente o que todo mundo sabe, muitas vezes há algum torcedor que faça algo que não se pode fazer, mas tem muita gente inocente, muitos idosos, crianças, eu tinha conhecidos que tinham ido com os filhos. A única coisa que a polícia fez foi agredir, isso sempre acontece com os times uruguaios, com todos, seja com argentinos… Todos que vão para lá. E depois quando eles vêm para cá praticamente a polícia cuida deles. É feio falar isso, mas a polícia aqui não faz nada – disse Méndez.
Além de criticar a polícia por “cuidar” dos torcedores alvinegros, o zagueiro uruguaio disse que, se a partida de volta fosse disputada no Campeón del Siglo, a história “seria diferente”.
– Eles não nos deixaram jogar no nosso campo. Não entendo como podem cuidar de alguma coisa, de um punhado de torcedores. Essa foi a nossa raiva, estávamos convencidos de que jogando no Campeón del Siglo a história seria diferente. Sempre tem alguém para culpar, não foi só o Peñarol, acontece com todos os times uruguaios que tiveram que ir, os argentinos, todos os que vão a única coisa que a polícia faz é atacar, atacar, atacar e o presidente da Conmebol nunca faz nada, e aí quando é aqui, em vez da polícia cuidar do nosso povo, cuidam deles. Não quero dizer que a polícia tenha que sair para atacar os torcedores que vêm de fora, mas que eles tenham outros cuidados, ou seja, eles não podem tirar a gente do nosso campo. Se realmente não conseguem organizar isso… – lamentou.
Javier Méndez ainda disse esperar para que os uruguaios que estão presos no Brasil sejam libertados em breve.
– Espero que os meninos que estão lá possam sair rapidamente e voltar para casa com seus amigos – afirmou.