A entrevista coletiva em que Bruno Lage colocou o cargo à disposição no Botafogo foi encarada por alguns como uma estratégia. Foi o caso do comentarista Zinho, do programa “ESPN FC”. Para ele, o técnico alvinegro agiu para chamar toda a responsabilidade.
– São dez pontos, é uma belíssima vantagem, mas perdeu o clássico dentro de casa, a invencibilidade no tapetinho, e por escolhas dele a vaga na Sul-Americana. Aí vem a contestação. Fui totalmente contra a escalação que fez contra o Defensa y Justicia no primeiro jogo, que empatou. Poupou, só botou dois titulares, tomou uma vaia, o torcedor cobrou e reclamou, porque time não correspondeu. Uma semana depois, na Argentina, faz o contrário, bota quase o time todo titular, só não jogaram Adryelson, Eduardo e Tiquinho Soares. Perde o jogo e a classificação, o torcedor vai no aeroporto aplaudir e apoiar. Porque era o jogo contra o Flamengo, grande rival, está fora, desclassificou, priorizou, mas tem que ganhar do Flamengo. Aí vem a derrota, vem toda uma cobrança, uma pressão – ponderou Zinho.
– Acho que ele já fez uma estratégia, “está pressão em cima de mim, reclamando de escolhas, trago para mim a responsabilidade. Não é possível que falou meu trabalho está ruim, perdi o clássico, será que vou perder o título?” Ele sabe que a diretoria não aceitaria demissão, que jogadores iam se manifestar pela permanência. Aí, ninguém falou do time, se teve falha ou não, das escolhas de JP e não Do Placido, do Segovinha e não JS ou LH. Ficou mais sobre a declaração dele e a não entrevista, porque se levanta e sai. Ficou mais em cima de que entrega o cargo e encerra a coletiva. Acho um grande exagero – completou.
O Botafogo entendeu que Bruno Lage não soube como se expressar e colocou o caso como já resolvido.