Análise: com altos e baixos, Botafogo vence a Portuguesa com Eduardo em destaque

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Análise: com altos e baixos, Botafogo vence a Portuguesa com Eduardo em destaque
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo venceu a Portuguesa por 3 a 1 em Volta Redonda e se classificou para a final da Taça Rio. Mais importante que bater o time da Ilha do Governador foi observar o desempenho e tirar ensinamentos dos altos e baixos do Glorioso na partida. Um começo forte, intenso, seguido por uma instabilidade que lembrou os piores momentos recentes da equipe e, por fim, uma atuação eficiente para garantir a vitória. O Alvinegro agora vai enfrentar o Audax na disputa por uma vaga na Copa do Brasil de 2024 e para continuar em busca de reencontrar o caminho do bom futebol na temporada.

A escalação inicial trouxe a volta de Marçal como a melhor notícia. O lateral-esquerdo foi um dos principais nomes da equipe em 2022 e ainda busca o melhor desempenho neste início de temporada, mas continua sendo uma referência técnica em campo, fundamental nas cobranças de bolas paradas. No meio-campo, Lucas Fernandes substituiu o lesionado Danilo Barbosa. Sem Victor Sá, Luis Henrique recebeu a segunda chance como titular no ano. O ponta, que foi titular apenas na vitória sobre o Madureira pela quarta rodada do Carioca, busca reconquistar espaço no grupo, mostrando tímidos indicativos de evolução nas últimas oportunidades que saiu do banco.

Análise Botafogo x Portuguesa

Mas o que gerou grande insatisfação na torcida antes mesmo da bola rolar foi a escalação de Lucas Piazon. Com Marçal, eventualmente, fazendo a saída de três junto à dupla de zaga, Di Placido teve liberdade para avançar e dar profundidade pelo lado direito. A escolha de Luís Castro por Piazon no lugar de Carlos Alberto foi para ter mais um jogador com características de meia para trabalhar com Lucas Fernandes e Eduardo na criação. O treinador quis ter linhas de passe mais claras para diminuir a quantidade de passes forçados que o time tenta por jogo. Ideias e planos de jogo à parte, é o que Piazon entrega – ou não entrega – em campo que irrita o torcedor. Mais uma vez, o jogador errou demais e, mesmo em lances em que esteve pouco pressionado, não deu sequência em jogadas promissoras de ataque.

O Botafogo teve um começo de jogo consistente. Diferentemente das últimas atuações, quando o time teve dificuldades em estabelecer uma posse de bola com troca de passes no campo ofensivo, o Alvinegro conseguiu relativo controle do jogo desde os minutos iniciais. Concentrado na estratégia traçada para o jogo, o time conseguiu jogar pela faixa central a partir de movimentações, troca de posições e passes que quebraram as linhas da marcação da Portuguesa. Logo aos seis minutos, Marçal observou a movimentação de Lucas Fernandes, lançou o meia em progressão e a jogada terminou em boa chance de gol com Tiquinho.

Análise Botafogo x Portuguesa

Outro ponto positivo foi o encaixe defensivo da equipe. Com a posse, jogando no campo ofensivo, o Glorioso não sofreu na transição defensiva porque a pressão na marcação funcionou bem. Não foi por acaso que o gol alvinegro, aos 26 minutos do primeiro tempo, surgiu de uma recuperação de bola no campo de ataque. Tiquinho apertou a saída de bola do adversário, forçou o erro do goleiro e a bola sobrou para Eduardo finalizar com frieza.

A vantagem no placar, reflexo do bom desempenho, deveria tornar o jogo mais fácil para o Botafogo. Deveria, mas não foi o que aconteceu. Depois do gol, o time ainda conseguiu uma boa jogada coletiva que terminou em uma chance clara desperdiçada por Piazon. E foi a última vez que o time construiu uma oportunidade de gol. Nos 15 minutos finais da etapa inicial, foi a Portuguesa que assumiu o controle das ações no jogo, sempre criando perigo a partir das beiradas do campo. Depois de duas oportunidades desperdiçadas, o time da Ilha do Governador empatou o jogo aos 44 minutos. No lance do gol, chamou atenção a abordagem ruim de Di Placido na tentativa de desarme e a debilidade do sistema defensivo em ocupar os espaços na área.

Análise Botafogo x Portuguesa

O resultado decepcionante ofuscou a boa atuação do Botafogo na primeira meia hora de jogo. Com muita intensidade, o time foi capaz de imprimir um bom ritmo ofensivo e envolver o adversário. As boas atuações individuais de Eduardo e Tiquinho eram os destaques de uma atuação convincente do Alvinegro. Assusta a maneira como, mesmo em um contexto positivo, a equipe perdeu o foco e passou a bater cabeça, assistindo ao crescimento do adversário sem qualquer resposta em campo.

O trabalho no segundo tempo era reorganizar. Recuperar a estrutura coletiva para potencializar as individualidades a fim de retomar o controle do jogo. Mas com apenas 20 segundos de bola rolando ficou evidente que este trabalho não seria fácil e o nervosismo daria o tom da postura alvinegra. Lucas Perri errou um passe e obrigou Tchê Tchê a fazer falta na entrada da área para evitar o segundo gol da Portuguesa. Defensivamente, o desencaixe na pressão e a queda física de alguns jogadores permitiram os perigosos lançamentos nas costas da defesa.

Com 12 minutos da etapa final vieram as primeiras substituições. Entraram Marlon Freitas, Raí e Carlos Alberto nos lugares de Lucas Fernandes, Piazon e Luis Henrique. Luis Henrique errou menos que Piazon, buscou envolvimento na faixa central do campo, mas também não aproveitou a chance. Já Lucas Fernandes caiu de rendimento junto com a queda coletiva do time, além de dar sinais de cansaço. Marlon entrou para dar fôlego novo e melhorar a ocupação dos espaços no meio-campo.

As substituições não fizeram o Botafogo voltar a jogar bem, mas deixaram o time menos exposto. Sem dar chances atrás, o grande trunfo da equipe voltou a aparecer. Se o time tem dificuldades de criar, as bolas paradas chegam para salvar. Aos 24 minutos, em cobrança de escanteio de Marçal, Cuesta apareceu na segunda trave para botar a equipe em vantagem no placar mais uma vez.

Análise Botafogo x Portuguesa

Rafael e Gabriel Pires entraram e o Glorioso não sofreu mais na partida. A Portuguesa não teve forças para tentar uma pressão e o Botafogo conseguiu solidez para administrar a vitória. Ainda deu tempo para o gol de Raí. Eduardo construiu ótima jogada, Carlos Alberto cruzou e o jovem meia apareceu na área para marcar o terceiro. Raí entrou em quatro dos últimos cinco jogos da equipe e deve ganhar mais chances nas próximas partidas. Não faz sentido Piazon continuar recebendo mais chances que o jovem da base alvinegra.

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – BOT 52% x 48% POR
Passes certos – BOT 365 (92%) x 287 (92%) POR
Finalizações – BOT 13 (6 no gol) x 7 (2) POR
Desarmes – BOT 10 x 11 POR
Interceptações – BOT 3 x 4 POR
Rebatidas – BOT 22 x 29 POR
Cruzamentos – BOT 8/27 (30%) x 3/12 (25%) POR
Lançamentos – BOT 9/26 (35%) x 5/30 (17%) POR
Perdas de posse de bola – BOT 29 x 24 POR
Faltas – BOT 26 x 19 POR
Cartões amarelos – BOT 2 x 2 POR

Fonte: Redação FogãoNET

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