Análise: com o Brasileirão na cabeça, Botafogo compete pouco e é eliminado da Sul-Americana

34 comentários

Blog da Redação

Blog da Redação

Compartilhe

Elenco em Defensa y Justicia x Botafogo | Copa Sul-Americana 2023
Reprodução/Paramount+

O Botafogo voltou a conhecer o sabor amargo da derrota depois de 89 dias. O Glorioso perdeu para o Defensa y Justicia por 2 a 1 e deu adeus à Copa Sul-Americana. Com dificuldades de repetir o desempenho avassalador do Campeonato Brasileiro na competição continental, o time deixou a sensação de que poderia ter ido mais longe na disputa. Bruno Lage manteve a rotação de peças importantes do elenco para manter os jogadores em boas condições para o clássico contra o Flamengo.

O treinador repetiu a estrutura utilizada no jogo de ida contra os argentinos, desta vez com mais titulares habituais do time. Foram poupados Lucas Perri, Adryelson, Eduardo e Victor Sá. Não utilizados na última quarta-feira, Di Placido e Marçal começaram o confronto no onze inicial. Marlon Freitas, Luis Henrique e Diego Costa, que entraram no decorrer do jogo no Nilton Santos, foram titulares na Argentina.

No meio-campo, Tchê Tchê foi novamente responsável pela faixa direita, abrindo caminho, apoiando as subidas de Di Placido e também chegando ao ataque. Com três jogadores da função no banco (Diego Hernández, Júnior Santos e Matías Segovia), Lage mostrou confiança no volante para acumular funções e manter o equilíbrio da equipe.

Análise Defensa y Justicia x Botafogo

Primeiro tempo

O Botafogo começou o jogo devagar. Lento na troca de passes e sem pressão na marcação, o time não encontrou alternativas para atacar e cedeu muito espaço para os argentinos chegarem ao ataque. Funcionou mal a dinâmica da dupla Danilo Barbosa e Marlon Freitas, que não conseguiram encaixar a marcação na entrada da área alvinegra e, por vezes, ocuparam o mesmo espaço na posse de bola da equipe. A dificuldade de fazer a bola chegar à frente fez Tchê Tchê recuar para ajudar na distribuição do jogo. Assim, a posse alvinegra se concentrou no lado esquerdo e não teve opções de inversão para finalizar as jogadas no lado oposto.

O Defensa y Justicia não executava uma pressão tão intensa, mas o volume de jogo no campo de ataque deixava os argentinos mais próximos do gol. Aos 14 minutos, a desatenção do sistema defensivo cobrou seu preço. Depois de um chute bloqueado, a bola sobrou para disputa de Di Placido e Gastón Togni. O ponta adversário passou pelo lateral com facilidade e cruzou para Nico Fernández completar para o gol vazio. Philipe Sampaio também vacilou ao não acompanhar o lance e deixar o centroavante livre para concluir.

O Glorioso finalizou pela primeira vez aos 21 minutos. Como não poderia deixar de ser, a jogada saiu pelo lado esquerdo e foi finalizada por Marçal. A profundidade de Luis Henrique era a melhor alternativa da equipe para chegar ao ataque, mas o time criou poucas situações para colocar o ponta em situações de um contra um. A concentração de jogadores na faixa esquerda do campo deixou o ataque previsível, muito dependente de jogadas individuais.

Análise Defensa y Justicia x Botafogo

No final do primeiro tempo, depois de 11 finalizações dos argentinos e quatro defesas de Gatito, a derrota por 1 a 0 já parecia um bom resultado para corrigir no intervalo. Nos acréscimos, Tchê Tchê arrancou sozinho e sofreu falta na intermediária. Lucas Fernandes acertou a trave, a bola voltou nas costas do goleiro e quicou até entrar vagarosamente antes do corte do defensor. O VAR precisou entrar em ação para validar o gol alvinegro.

Segundo tempo

Lage precisava consertar o lado direito do time para criar alternativas e variações ofensivas. A opção do treinador foi pela entrada do uruguaio Mateo Ponte no lugar de Di Placido. No primeiro minuto em campo, o lateral começou uma jogada pela direita e apareceu na área para chutar no gol. O Botafogo conseguiu ter mais a bola no campo de ataque, mas seguiu com dificuldades de criar ocasiões de gol com a bola rolando.

Aos 15 minutos, mais mudanças. Saíram Marlon Freitas e Danilo Barbosa para as entradas de Gabriel Pires e Matías Segovia. Tchê Tchê formou a dupla de meias com Gabriel, enquanto Segovinha foi para o lado direito do ataque. Se antes o time tinha dois volantes que executavam funções semelhantes e, eventualmente, batiam cabeça, as alterações deixaram o Glorioso sem nenhum volante marcador e com menos poder de marcação. Da mesma forma que Luis Henrique na primeira etapa, Segovia não conseguiu receber passes em progressão, com espaço para conduzir. O paraguaio ainda sofreu na recomposição defensiva.

O Defensa y Justicia cresceu no jogo e voltou a fazer Gatito trabalhar, até chegar ao segundo gol, aos 26. Os argentinos forçaram o jogo em cima do lado direito do sistema defensivo alvinegro e por ali levaram vantagem. O lateral esquerdo Soto teve espaço para cruzar e colocou a bola na cabeça do baixinho Nicolás Fernández, que não precisou sair do chão para marcar pela segunda vez. Cuesta foi mal no lance e perdeu contato com o centroavante na movimentação.

Em busca do gol de empate, as últimas alterações de Lage foram as entradas de atacantes. Entraram Janderson e Carlos Alberto nos lugares de Lucas Fernandes e Carlos Alberto. Com dois centroavantes altos na área, o Botafogo tentou levantar bolas na área sem sucesso. O time não conseguiu pressionar o adversário e criar chances de gol. Depois de sofrer o segundo gol, foram apenas cinco finalizações em 25 minutos de futebol, sendo uma única na direção do gol, com Gabriel Pires chutando de longe. Os argentinos cozinharam o jogo, desperdiçaram contra-ataques que poderiam sacramentar a vitória.

Análise Defensa y Justicia x Botafogo

O Botafogo volta as atenções para o Campeonato Brasileiro. No sábado (2), às 21h, o Glorioso recebe o Flamengo no Nilton Santos. Uma vitória alvinegra pode abrir 18 pontos de vantagem sobre o rival.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – DYJ 39% x 61% BOT
Passes certos – DYJ 197 (69%) x 367 (79%) BOT
Finalizações – DYJ 23 (10 no gol) x 14 (6) BOT
Finalizações dentro da área – DYJ 12 x 8 BOT
Grandes chances criadas – DYJ 7 x 0 BOT
Grandes chances perdidas – DYJ 5 x 0 BOT
Cruzamentos – DYJ 7/26 (27%) x 5/16 (31%) BOT
Bolas longas – DYJ 30/72 (42%) x 15/42 (36%) BOT
Dribles – DYJ 6/16 (38%) x 8/20 (40%) BOT
Desarmes – DYJ 22 x 22 BOT
Interceptações – DYJ 6 x 11 BOT
Cortes – DYJ 28 x 21 BOT
Disputas de bola vencidas – DYJ 50 x 61 BOT
Disputas aéreas vencidas – DYJ 17 x 19 BOT
Faltas – DYJ 12 x 7 BOT
Cartões amarelos – DYJ 0 x 1 BOT

Fonte: Redação FogãoNET

Notícias relacionadas