Análise: Luís Castro roda o time e não sai do zero com o Nova Iguaçu; atuações ruins evidenciam necessidade de reforços no Botafogo

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Daniel Borges e Luis Henrique em Botafogo x Nova Iguaçu | Campeonato Carioca 2023
Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo não saiu do zero e empatou com o Nova Iguaçu no Estádio Luso-Brasileiro nesta quarta-feira (1/2). O empate interrompeu uma sequência de três vitórias do Alvinegro no Cariocão-2023. Após a vitória no clássico do último domingo, Luís Castro seguiu rodando o elenco para dar oportunidades a todos os jogadores neste início de temporada. A noite foi marcada por muitos erros técnicos, em domínios, passes e dribles, o que resultou em poucas chances claras de gol. As atuações de Daniel Borges e Luis Henrique aumentam o clamor por reforços para qualificar o grupo.

Já na divulgação da escalação inicial, chamou atenção a braçadeira de capitão com o jovem Matheus Nascimento, uma mostra da confiança de Castro no jogador. Autor de cinco gols no Cariocão de 2022, o atacante ainda busca o seu primeiro gol em 2023. Prestes a completar 19 anos, Matheus já apresentou nos primeiros jogos do ano um desenvolvimento físico que o permite disputar espaços com os marcadores e adicionar novos atributos em seu jogo, porém, a ansiedade em mostrar o desempenho tão esperado atrapalha as tomadas de decisão e provoca erros.

Análise Botafogo x Boavista

O Botafogo começou o jogo em uma rotação diferente. Pela primeira vez no ano, o time conseguiu imprimir a intensidade ideal, aliando a boa ocupação do campo de ataque com a rapidez na troca de passes verticais. Carlos Alberto foi um dos destaques do início da partida, muito acionado no lado esquerdo como alternativa de escape e profundidade. O atacante sofreu uma entrada forte e deixou o campo machucado aos 21 minutos. O substituto, Luis Henrique, não conseguiu dar continuidade ao trabalho e o time perdeu poder ofensivo. 

O entendimento de Patrick de Paula e Marlon Freitas foi uma das chaves da boa atuação alvinegra nos minutos iniciais. Avançados em relação a Danilo Barbosa, os dois volantes foram os meias que deram dinâmica à posse de bola da equipe, buscando sempre o jogo vertical e aproveitando bem o espaço que o Nova Iguaçu ofereceu entre as linhas de marcação. Houve momentos em que ambos pisaram na área de ataque ao mesmo tempo. Mas essa dinâmica não durou mais de 20 minutos. Erros técnicos e falta de capricho na execução das jogadas afastaram o Glorioso do primeiro gol. Patrick foi o jogador que mais perdeu a posse de bola no primeiro tempo, pecando pelo excesso de confiança e certa displicência.

O time da Baixada Fluminense voltou melhor depois da parada técnica. Corrigiu o espaçamento entre as linhas, diminuiu a velocidade do jogo e passou a chegar com perigo no ataque. O Botafogo perdeu a concentração, a força na transição e viu o aproveitamento no passe cair. O Nova Iguaçu terminou a etapa inicial melhor em campo, executando seu plano de jogo de forma mais eficaz.

Daniel Borges, Patrick de Paula, Marlon Freitas, Matheus Nascimento, todos erraram bastante e caíram de rendimento no decorrer da primeira etapa. Mas um jogador teve atuação impecável: Luis Segovia. O zagueiro fez sua segunda partida com a camisa do Botafogo e voltou a encantar tanto por seu trabalho defensivo quanto pela qualidade com a bola. Segovia acertou todos os 34 passes que tentou no primeiro tempo, considerando que o zagueiro avança no campo de ataque auxiliando na construção do jogo do time. O equatoriano também mostrou ótimo tempo de bola nas antecipações.

Luís Castro não mexeu no intervalo e também não conseguiu mudar a postura do time em campo. No começo do segundo tempo, o Botafogo continuou sem jogo pelas laterais, o que tirou a fluidez ofensiva da equipe. Pior, viu o Nova Iguaçu chegar próximo de marcar aos oito minutos. O treinador, então, foi forçado a colocar seus principais jogadores para tentar evitar que o adversário seguisse crescendo no jogo. Aos 14 minutos, entraram Marçal, Gabriel Pires, Tiquinho e Victor Sá. Saíram Hugo, Patrick de Paula, Matheus Nascimento e Luis Henrique, que esteve em campo por cerca de 40 minutos e saiu bastante vaiado.

As alterações não fizeram o Botafogo controlar o jogo, mas mudaram o espírito da equipe. Logo aos 15 minutos, Sauer carimbou a trave em belo chute da entrada da área. Com fôlego renovado, o time também pareceu mais inteiro que o adversário. O Glorioso, no entanto, só conseguiu ameaçar o gol adversário com chutes de longa distância de Victor Sá e jogadas de bola parada. Daniel Borges, conhecido pelas assistências em cobranças de falta e escanteio, comprometeu com a bola rolando, acumulando erros de passe e cruzamentos. No fim o zero não saiu do placar e a torcida deixou o estádio impaciente. A não expulsão de Icaro na falta sobre Carlos Alberto e um pênalti não marcado em Matheus Nascimento no segundo tempo também deixaram os torcedores irados com a arbitragem.

O Botafogo vai até Brasília enfrentar o Boavista no próximo domingo (5), às 16h. O time de Saquarema ainda não venceu e é o lanterna do campeonato.

Análise Botafogo x Boavista

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – BOT 53% x 47% NOV
Passes certos – BOT 323 (89%) x 217 (84%) NOV
Finalizações – BOT 14 (3 no gol) x 10 (2) NOV
Desarmes – BOT 7 x 14 NOV
Interceptações – BOT 8 x 4 NOV
Rebatidas – BOT 31 x 27 NOV
Cruzamentos – BOT 4/21 (19%) x 3/15 (20%) NOV
Lançamentos – BOT 12/29 (41%) x 16/41 (39%) NOV
Dribles – BOT 2/7 (29%) x 4/5 (80%) NOV
Perdas de posse de bola – BOT 26 x 23 NOV
Faltas – BOT 25 x 14 NOV
Cartões amarelos – BOT 3 x 4 NOV

Fonte: Redação FogãoNET

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