Análise: primeiro tempo anima, mas substituições ruins destroem Botafogo na derrota para Brusque

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Blog da Redação

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Análise Brusque x Botafogo

Um novo tempo, novos ares e uma nova derrota. Em um jogo de tempos distintos, o Botafogo perdeu de virada por 2 a 1 para o Brusque. Na primeira etapa em que o Glorioso foi superior, Diego Gonçalves fez o gol alvinegro. Depois do intervalo, o time se perdeu em substituições ruins e, novamente, em gols perdidos. Na 13ª colocação com 13 pontos, a equipe já vê a zona de rebaixamento mais próxima que o G4.

O treinador interino Ricardo Resende não promoveu uma grande revolução na escalação da equipe. Sem Gilvan, suspenso, Lucas Mezenga fez sua estreia e formou a dupla de zaga com Kanu. Rafael Carioca foi o escolhido na lateral esquerda depois de Guilherme ter sido liberado por problemas pessoais. A escolha mais questionável foi a manutenção de Daniel Borges na lateral direita. O jogador foi para seu quinto jogo como titular sem ainda justificar em campo sua vaga no 11 inicial. No meio-campo, ainda sem Luís Oyama, Barreto e Pedro Castro formaram a linha de volantes. A única mudança no setor de ataque foi a entrada de Marco Antônio pelo lado direito.

Análise Brusque x Botafogo

Dois pontos são chaves para o Botafogo reencontrar o caminho das vitórias. O primeiro é aumentar o aproveitamento das chances claras de gol que cria. O time lidera a Série B na estatística com 23 chances criadas. Porém, é vice-líder no quesito chances perdidas, com 15. Ou seja, das 23 oportunidades claras de gol, apenas oito terminaram no fundo das redes. O segundo é melhorar o posicionamento e a coordenação dos movimentos defensivos para aumentar o número de desarmes. O time é o que menos desarma no campeonato, com média de apenas 11.2 por jogo, e o que menos corta ataques adversários, 13 por jogo. Uma equipe com problemas criativos para enfrentar defesas bem organizadas precisa forçar erros e pressionar para recuperar a bola ainda no campo de ataque.

Ricardo Resende, no entanto, optou por um posicionamento mais conservador, bem postado no campo defensivo para ceder menos espaços ao adversário. Dessa forma, obrigou o Brusque a construir as jogadas a partir dos zagueiros que exploraram bastante a bola longa. O time catarinense trabalhou nos minutos iniciais sempre com cerca de 60% da posse de bola e buscando as laterais para conseguir cruzamentos. O Botafogo teve muita dificuldade em conectar contra-ataques quando recuperava a bola.

A partir dos 20 minutos, a equipe ficou mais com a bola no ataque, mas sem conseguir trabalhar jogadas para entrar na área. O drible virou, então, uma arma para o Glorioso. Aos 24 minutos, o time subiu a marcação e o zagueiro adversário chutou a bola para fora. Daniel cobrou o lateral e Chay fez rápida combinação com Marco Antônio, que no um contra um partiu para cima da marcação e foi derrubado na entrada da área. A falta carimbou a barreira e no escanteio, Diego Gonçalves desviou a finalização de Rafael Navarro para abrir o placar e marcar seu primeiro gol com a camisa alvinegra.

Análise Brusque x Botafogo

Depois do gol, o Botafogo cresceu e passou a controlar o jogo. Diego Gonçalves, frente a frente com o goleiro, desperdiçou a chance de aumentar. Sem a bola o time se organizou bem para evitar que a bola chegasse ao artilheiro Edu em condições de finalizar. Com as opções ofensivas anuladas, o Brusque perdeu o foco e se desestabilizou com reclamações contra a arbitragem. A postura coletiva do Alvinegro foi o ponto a se destacar. Se sob o comando de Chamusca o time recuava exageradamente para segurar o resultado, agora esteve sempre mais próximo do segundo gol que de sofrer o empate.

Há, contudo, muito a ser melhorado. O jogo pelas laterais segue pouco efetivo. Os pontas fazem a diagonal em direção à área e ninguém ocupa as faixas laterais. Daniel Borges tentou ser mais presente no campo ofensivo, mas recebeu poucas bolas. Rafael Carioca tende a buscar a faixa central e jogar por dentro, sem oferecer profundidade pela lateral. Assim, o time afunila na entrada da área e se torna mais fácil de ser marcado em um espaço de campo mais curto. É só dos pés de Chay que saem passes diferentes capazes de acelerar e verticalizar o jogo.

Análise Brusque x Botafogo

Na segunda etapa, Rickson substitui Marco Antônio que levou um pisão no final do primeiro tempo. Do banco, Ricardo Resende instruiu que não queria Rickson como um terceiro volante, mas atacando o espaço pelo lado direito. O jogador já cumpriu essa função nessa temporada, sem conseguir aparecer como uma alternativa real de jogo no ataque. Para corrigir o vazio que se abriu na direita, Warley entrou no lugar de Daniel Borges para atuar aberto, enquanto o volante assumiu a lateral direita.

O Botafogo cedeu muito a bola ao adversário no segundo tempo e chegou a ter apenas 25% da posse. Pelas limitações técnicas e táticas do Brusque, o Botafogo não sofreu, mas convidou adversário a cruzar bolas na sua área. Rafael Moura entrou na vaga de Navarro, a fim de servir como referência para lançamentos, tabelas e tentar segurar mais a bola no ataque. Aos 25 minutos, o centroavante perdeu uma chance inacreditável. Ainda fora de forma, teve dificuldade em saltar para alcançar um cruzamento de Chay e direcionar melhor a cabeçada. O castigo levou três minutos. Bola na área alvinegra e gol dos catarinenses.

O jogo ficou mais aberto e os dois times tiveram mais espaço para jogar. De lado a lado, faltou organização e os contra-ataques foram oferecidos. O artilheiro da Série B, Edu, teve a chance de virar o jogo para o Brusque e desperdiçou. O Botafogo seguiu tentando na individualidade de Chay, que visivelmente cansado não conseguiu render. Sem pressão na marcação, o Alvinegro ofereceu outra chance para Edu e, dessa vez, o atacante não desperdiçou. Foi a virada do Brusque.

Análise Brusque x Botafogo

As substituições de Ricardo Resende acabaram piorando o desempenho da equipe. A entrada de Rickson improvisado em uma função na qual já havia jogado mal com Chamusca não tem justificativa. Matou o lado direito de ataque, sobrecarregou ainda mais o Chay e recuou muito as linhas de marcação da equipe. Contratado como esperança de gols, Rafael Moura mais uma vez entrou mal e perdeu gol. Se o Botafogo procurava ser mais reativo, a entrada do atacante pesado e sem velocidade não ajudou o time.

Na terça-feira, às 19h, o Botafogo vai receber o Goiás no Nilton Santos.

Números do jogo:

Posse de bola – BOT 42% x 58% BRU
Passes certos – BOT 342 (78%) x 231 (72%) BRU
Cruzamentos – BOT 6/19 (32%) x 9/23 (39%) BRU
Bolas longas – BOT 25/69 (36%) X 39/78 (50%) BRU
Dribles – BOT 7/17 (41%) x 8/21 (38%) BRU
Finalizações – BOT 17 (4 no gol) x 18 (6) BRU
Finalizações dentro da área – BOT 11 X 14 BRU
Chances claras – BOT 1 x 3 BRU
Desarmes – BOT 18 X 20 BRU
Disputas aéreas vencidas – BOT 24 x 28 BRU
Faltas – BOT 22 x 18 BRU

Fonte: Redação FogãoNET

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