Análise: sem sustos, Botafogo faz dever de casa, goleia na Sul-Americana e abre possibilidades no elenco 

Elenco em Botafogo x Universidad César Vallejo | Copa Sul-Americana 2023
Reprodução/Paramount+

O Botafogo não teve pena do ídolo ‘Loco’ Abreu e atropelou a equipe comandada pelo uruguaio. Depois do empate frustrante na estreia da Copa Sul-Americana, o Glorioso goleou o César Vallejo por 4 a 0 e conquistou a primeira vitória na competição. O Alvinegro soube aproveitar o abismo técnico entre as equipes para construir um placar amplo e um jogo tranquilo. As boas atuações de Danilo Barbosa e Victor Sá abrem mais possibilidades no elenco para o trabalho do treinador Luís Castro voltar a crescer.

Com a perspectiva de ter a posse de bola e mais opções de trocas de passe no campo ofensivo, Castro sacou Tchê Tchê e entrou com Lucas Fernandes no meio-campo. A presença de Danilo Barbosa em um jogo no qual se espera ser pouco atacado permitiu a escalação de um meio mais técnico e menos combativo. Na frente, Victor Sá, recuperado de lesão, substituiu Gustavo Sauer, passou a frente de Luis Henrique e retomou a condição de titular da ponta-esquerda.

A linha de defesa foi a mesma do último sábado, quando o time venceu o São Paulo na estreia do Brasileirão. Sem laterais-esquerdos disponíveis no elenco, Rafael seguiu como a opção de improvisação do setor.

As estratégias de ambas equipes ficaram claras desde os primeiros minutos. O Botafogo com a bola no campo de ataque caçando brechas no sistema defensivo peruano, enquanto o César Vallejo, recuado com as linhas bem baixas, esperava encontrar saídas no contra-ataque. O abismo técnico entre os dois times logo ficou evidente. O Glorioso cumpriu melhor seu plano de jogo e conseguiu duas finalizações nos primeiros dois minutos, com Di Placido e Tiquinho Soares. 

Aos 14 minutos do primeiro tempo, o Botafogo ocupava o campo de ataque com 72% de posse de bola e já tinha finalizado três vezes ao gol. Foi quando Danilo Barbosa mostrou que não é apenas um volante de contenção, mas também um jogador com boa leitura de espaço e apuro técnico. Danilo percebeu o espaço a sua frente e, com uma arrancada vertical, invadiu a área. O volante ainda levantou a cabeça para perceber a movimentação e encontrar Victor Sá livre na entrada da área. O camisa 7 bateu forte, no alto, sem chances para o goleiro.

A oportunidade de fazer saldo contra um adversário frágil para disputar a liderança do grupo com a LDU criou a expectativa por uma goleada. Mas o Botafogo não conseguiu manter o ritmo forte e o controle das ações no decorrer da primeira etapa. Quando reduz a pressão defensiva no campo de ataque ou perde o encaixe no adversário, o time tem dificuldades para trocar passes com velocidade e criar desajustes na última linha de defesa. Ainda assim, o Alvinegro finalizou bastante nos primeiros 45 minutos. Foram nove finalizações, três delas de Tiquinho.

O César Vallejo não foi capaz de aproveitar a oscilação do ritmo alvinegro para criar oportunidades de gol. Os peruanos conseguiram algumas poucas saídas em velocidade pelas pontas explorando falhas defensivas dos laterais, mas dependeram exclusivamente de bolas paradas para chegar próximo ao gol defendido por Lucas Perri. A postura menos defensiva adotada pelo adversário após o gol resultou em chances de contra-ataque para o Glorioso. Atacando em velocidade como o time gosta, Junior Santos teve uma oportunidade aos 30 minutos e finalizou em cima do goleiro. Aos 44, Victor Sá foi lançado em profundidade e derrubado dentro da área. Pênalti marcado e cartão vermelho para o defensor. Tiquinho Soares cobrou o pênalti com firmeza e ampliou a vantagem.

Sem mudanças na volta do intervalo, o Botafogo quase marcou o terceiro com dois minutos de segundo tempo. Mais uma boa ação ofensiva de Danilo Barbosa, com direito a corta-luz e passe de calcanhar para servir Tiquinho que finalizou sobre o gol. Apesar do bom cartão de visitas, o time não mostrou o ímpeto esperado para atacar o adversário com um jogador a menos. O começo da etapa final teve muita posse de bola alvinegra, mas pouca infiltração na área.

Aos 14 minutos, o Glorioso chegou ao terceiro em um lance de muito recurso de Eduardo. A cobrança de falta perfeita do meia acertou o ângulo esquerdo do goleiro Carlos Grados que nada pôde fazer. Castigo para a equipe peruana que abusou das faltas duras durante o jogo. Com a vitória assegurada, Castro começou a usar o banco para rodar o elenco e preservar alguns titulares. Primeiro, mudança nas pontas com as entradas de Gustavo Sauer e Luis Henrique nos lugares de Junior Santos e Victor Sá. Depois, Tchê Tchê e Janderson substituíram Danilo Barbosa e Tiquinho Soares.

O quarto gol saiu com participação dos jogadores que vieram do banco. Jogada envolvendo Luis Henrique, Janderson e Tchê Tchê terminou em pênalti e nova expulsão no César Vallejo. Foi Tchê Tchê quem bateu e transformou a vitória em goleada. Contra oito jogadores de linha, a reta final do jogo foi um ataque contra defesa e uma chuva de finalizações alvinegras. No total foram 23 finalizações do time no jogo, sendo 14 no segundo tempo.

O Botafogo volta a campo na próxima segunda-feira (24) contra o Bahia na Fonte Nova. O Tricolor de Aço perdeu por 2 a 1 de virada para o Red Bull Bragantino na estreia do Brasileirão.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 70% x 30% UCV

Passes certos – BOT 509 (89%) x 179 (71%) UCV

Finalizações – BOT 24 (9 no gol) x 6 (2) UCV

Finalizações dentro da área – BOT 11 x 5 UCV

Grandes chances criadas – BOT 3 x 1 UCV

Grandes chances perdidas – BOT 1 x 1 UCV

Desarmes – BOT 11 x 12 UCV

Interceptações – BOT 10 x 10 UCV

Cortes – BOT 7 x 22 UCV

Cruzamentos – BOT 4/25 (16%) x 1/4 (25%) UCV

Bolas longas – BOT 14/32 (44%) x 17/44 (39%) UCV

Dribles – BOT 14/22 (64%) x 10/15 (67%) UCV

Disputas de bola vencidas – BOT 53 x 44 UCV

Disputas aéreas vencidas – BOT 17 x 11 UCV

Faltas – BOT 11 x 12 UCV

Cartões amarelos – BOT 1 x 6 UCV

Cartões vermelhos – BOT 0 x 2 UCV

Fonte: Redação FogãoNET

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