Desde que desembarcou na China em 2012, Elkeson ganhou fama pelos gols. Com as camisas do Guangzhou FC e do Shanghai Port foram 158 bolas na rede em 281 jogos. Distribuiu ainda 68 assistências, totalizando 226 participações diretas em gols. O sucesso foi tão grande que o atacante se naturalizou em 2019, virou Ai Kesen e marcou quatro gols em 13 jogos pela seleção asiática. Agora, depois de nove temporadas, o jogador de 32 anos retorna ao Brasil e é o grande sonho do Botafogo para 2022.
Elkeson rescindiu com o Guangzhou em meio a uma grave crise financeira que assola o futebol chinês e provoca o êxodo das principais estrelas. Segundo o site financefootball.com, o contrato que terminaria em 2023 garantia ao atacante um salário semanal de 210 mil euros, cerca de 1,3 milhão de reais a cada sete dias, mais de 5 milhões por mês. Evidentemente, os números assustam e estão fora da realidade de qualquer equipe do futebol brasileiro e, em especial, do Glorioso, que trabalha com os pés no chão na montagem do elenco para a disputa da Série A. Por isso, a adaptação à realidade financeira é o principal entrave para a contratação do artilheiro e vai demandar criatividade da diretoria alvinegra, além da elaboração de um projeto sedutor para o jogador.

A boa notícia é que Elkeson parece disposto a retornar ao Alvinegro. Em 2016, o atacante falou à Botafogo TV que gostaria de retornar ao clube dentro de cinco ou seis anos. Pelo Botafogo, entre 2011 e 2012, Elkeson disputou 92 jogos, marcou 26 gols e distribuiu 12 assistências. No Brasil, o jogador atuava como um meia-atacante que aliava técnica e força física, chegava bastante na área para finalizar e marcar gols. Chegou a ser camisa 9 com Oswaldo de Oliveira. Foi na China que se tornou efetivamente um centroavante com presença de área, duas vezes artilheiro da Super Liga Chinesa e eleito o melhor jogador do país em 2014. O atacante é o maior artilheiro da história do campeonato chinês, com 122 gols.
Considerando apenas sua veia goleadora, suas principais temporadas foram as duas primeiras, em 2013 e 2014, quando marcou 31 e 35 gols, respectivamente. Mas Elkeson se manteve sempre regular como um centroavante matador. Apenas em 2020, quando o campeonato foi interrompido e cercado por todo o contexto da pandemia da Covid-19, não marcou pelo menos dez gols em uma temporada. Importante ressaltar que, apesar de não ter a mesma mobilidade dos tempos de Botafogo, Elkeson não se tornou um atacante estático. Atuando em um trio de ataque com os também brasileiros Alan e Ricardo Goulart, frequentemente era visto trocando de posições com os companheiros para confundir a marcação e criar espaços nas defesas adversárias.
Na atual temporada, marcou 11 gols em 13 jogos e é vice-artilheiro do campeonato. O atacante costuma ser substituído no decorrer do segundo tempo das partidas e jogou em média 72 minutos por jogo. Uma característica positiva é a forma diversa como Elkeson coloca as bolas na rede. Segundo o Sofascore, dos 11 gols, foram dois de cabeça, quatro de perna esquerda e cinco de perna direita. O atacante ainda apresenta uma média impressionante de 26% na conversão de gols, ou seja, a cada quatro finalizações uma termina em gol.
Elkeson seria provavelmente a grande contratação e o maior investimento do Botafogo para a temporada de 2022. Uma indicação de que o clube buscará não apenas garantir a manutenção na Série A, mas também alcançar lugares mais altos na classificação e uma eventual classificação para uma competição continental. O atacante seria um importante referencial técnico em torno do qual o time se organizaria. Além de entregar os gols esperados, também tem a capacidade de dividir com Chay a responsabilidade de preencher a faixa central e organizar o sistema ofensivo alvinegro. A conferir se o sonho se tornará realidade.