Um dos maiores ídolos da história recente do Botafogo, Loco Abreu teve uma passagem intensa e marcante pelo clube. Títulos, brigas e arrependimentos estão contados no livro “Loco Por Ti“, escrito por Marcos Eduardo Neves e Gustavo Rotstein e disponibilizado nesta sexta-feira em versão digital pela Approach Editora.
Campeão carioca em 2010, Loco Abreu recordou em detalhes a famosa “cavadinha” na final da Taça Rio diante do Flamengo e outros episódios marcantes, além de feitos pela seleção uruguaia. Num dos trechos, ele cita duas oportunidades em quase voltou a vestir a camisa do Glorioso após a saída dele, em 2012.
– Houve duas grandes oportunidades que, infelizmente, não se concretizaram. A primeira, no primeiro semestre de 2014, quando estava no Rosario Central. Naquele momento, o Botafogo ainda disputava a Libertadores. Dava para eu ter voltado, mesmo com o clube vivendo uma situação complexa. Contudo (…), tinha dado a palavra ao presidente e ao técnico de que ficaria até dezembro – recordou Loco Abreu.
Na segunda oportunidade, em 2019, ele já havia assinado contrato com o Rio Branco-ES quando foi convidado pelo então vice de futebol Gustavo Noronha para retornar a General Severiano:
– Fiquei triste e o Gustavo não entendeu nada (…). Expliquei que, no dia anterior, dei a minha palavra ao Rio Branco. Poderia chegar para o Luciano (Mendonça, presidente do clube) e explicar o que houve, deixar claro que tal convite mexeu com o meu coração. Mas não consigo ser assim. Imagina o sonho e a vontade que tenho de voltar ao Botafogo, mas não posso desfazer uma palavra dada por causa disso. É da minha índole.
Briga com Oswaldo e arrependimento
No meio de 2012, Loco Abreu deixou o Botafogo após desavenças com o técnico Oswaldo de Oliveira, que preferia contar com Rafael Marques para a posição. O centroavante então optou por transferir-se por empréstimo para o Figueirense, mas mostrou arrependimento em outro trecho do livro.
– Assumo a responsabilidade de que me precipitei ao deixar o Botafogo. Errei por tomar uma decisão impensada. Minha personalidade forte é ótima para algumas coisas, mas uma hora ou outra ela me atrapalha. Às vezes, me fecho e não escuto as pessoas. Depois de um tempo, me convenci de que não fiz a escolha certa. Me arrependi – conta Loco, reforçando a mágoa com o ex-treinador:
– Contudo, a verdade é que fui sacaneado pelo Oswaldo de Oliveira. Ele queria trazer outro centroavante – não vou falar quem, porque o cara não tem culpa disso. Mas esse atacante chegou mesmo. E o Oswaldo me sacaneou, para criar uma brecha, e assim, poder colocar esse jogador no meu lugar. Não nego que com Oswaldo houve, sim, uma questão pessoa.
Botafogo na ‘segunda pele’
Reforço do Athletic-MG – seu 30º clube na carreira – para o Campeonato Mineiro aos 44 anos, Loco Abreu se declarou pelo Botafogo em diversos momentos do livro. Num deles, ao explicar o escudo do Glorioso na camisa que usa por baixo do uniforme – a famosa “segunda pele”.
– Colocar o escudo do Botafogo nessa camisa especial, sentimental, era o mínimo que eu podia fazer em agradecimento ao clube. Representa algo além do futebol. Foi uma coisa pessoal: houve carinho, afeto e um certo misticismo. Onde eu for, onde estou, o Botafogo está ou estará comigo – disse.
Onde comprar o livro?
O livro “Loco Por Ti” ainda não está à venda em sua versão impressa, mas já pode ser adquirido em versão digital para o leitor de e-books Kindle, pelo valor de R$ 15,90, na loja da Amazon.