“Não posso fazer nada”. “Montem esse time sem sequer treinar”. “Tem que ser na conversa, na resenha”. Marcelo Chamusca voltou a lamentar a falta de tempo para treinar o Botafogo, depois do empate com o Avaí em 1 a 1 neste sábado, em Florianópolis.
Essa desculpa não cola. O calendário é igual para todo mundo. Vamos ver… O Botafogo jogou quarta em Volta Redonda, sábado em Florianópolis e terça atuará em Maceió, contra o CRB. Mas é claro que outros times passam pelo mesmo problema.
O líder Náutico, por exemplo, por enquanto teve um calendário menos desfavorável, mas já encarou sequências difíceis, tendo de jogar em Londrina e depois no Recife num intervalo de três dias. O Coritiba, segundo colocado, ainda teve dois jogos contra o Flamengo pela Copa do Brasil no meio e jogou em Campinas e Aracaju em sequência, a duas rodadas atrás.
Imaginem então equipes com maiores dificuldades de logística, como Brusque, Operário-PR, Brasil-RS, que estão no interior de seus estados. Além dos voos, ainda há o deslocamento terrestre em alguns casos. O Botafogo está no Rio de Janeiro, que tem uma das maiores ofertas de voos do país.

Os argumentos de Chamusca são facilmente rebatíveis. Fizemos um levantamento e o Botafogo está longe de ser um dos que mais atuaram em 2021, entre os clubes da Série B (veja na tabela acima). O Glorioso ainda teve uma semana livre entre a quinta e a sétima rodadas, devido ao adiamento do jogo contra o CSA.
E ainda tem mais… Eliminado de forma precoce na Copa do Brasil e no Carioca, o Botafogo teve um mês quase de “pré-temporada” para a Série B, já que os jogos da Taça Rio eram uma mera formalidade. E o próprio discurso de Chamusca foi esse, de utilizar este tempo para preparar a equipe.
Marcelo Chamusca precisa parar de arrumar desculpas esfarrapadas e ser mais transparente, respeitando o torcedor do Botafogo. Se ele não tempo para treinar, os outros 19 concorrentes a uma vaga na Série A também não o tem. Arruma outra, professor!