* O Botafogo jogou mal contra a Portuguesa? Se compararmos com outras partidas, até que não. Foi possível notar pontos positivos e até uma leve evolução no time comandado por Luís Castro na vitória por 3 a 1.
* A primeira constatação – óbvia e repetitiva – é que Luís Castro precisa de jogadores de qualidade para fazer seu time render. Não é treinador que consegue fazer uma equipe ruim jogar. O acréscimo técnico dado por Eduardo deu outra cara ao setor ofensivo.
* No início, o Botafogo teve triangulações, troca de passes, movimentação e chegadas interessantes. Durou pouco tempo, é verdade. Os gols quando o jogo estavam empatados saíram como geralmente saem: ou na bola parada ou em erro do adversário.
* Mas é possível ressaltar também que um foi pela pressão sobre a defesa rival e outro em uma jogada trabalhada de bola parada. O time ganhou opções e lances ensaiados nos cruzamentos.
* Outro fator positivo é que o Botafogo pouco foi ameaçado, em que pese o adversário não ser tão qualificado. Houve um apagão nos 15 minutos finais do primeiro tempo e um lance perigoso no início do segundo. Só. A consistência defensiva era uma das virtudes alvinegras na reta final do Campeonato Brasileiro de 2022. Que volte a ser.
* Por que Lucas Piazon na ponta direita? A explicação para tentar entender a escolha de Luís Castro é as outras opções do setor não foram bem. Piazon, em tese, dá alguma sustentação, cumpre a parte tática e é opção para passes curtos, além de ser perigoso em cruzamentos nas bolas paradas. Só que isso é muito pouco. Um extremo tem que apresentar muito mais, sobretudo agressividade e força no ataque, que ele não tem.
* O time que venceu a Portuguesa, reforçado por pontas com mais capacidade de construção e finalização, com Lucas Fernandes em melhor forma e com um lateral-direito mais confiável (Di Placido ainda está em adaptação, é esperar para ver se será esse cara), já ganharia uma cara legal. Ainda faltariam mais opções de banco de reservas.
* Por esse motivo, surpreende o diretor-executivo de futebol André Mazzuco dizer que o clube pretende contratar “um ou dois reforços” na atual janela de transferências, que vai fechar na próxima terça-feira.
* “Um ou dois” é pouco para o time titular. Imagina para o elenco? Para quem ainda não se ligou, a partir de domingo começa uma maratona de jogos seguidos, sem tempo para descanso ou treinamento. O que todo ano resulta em série de desfalques por suspensão, por lesão ou por desgaste. Ou até em equipe mista ou reserva.
* Os meses de abril, maio e junho serão decisivos para o restante da temporada. Definem a continuidade na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana e com será o início de Campeonato Brasileiro.
* Esperar para ver o que vai acontecer e tentar corrigir o rumo em julho, quando a janela vai abrir novamente, parece uma estratégia arriscada. Mais que isso, parece mais um erro de planejamento.