* O alvo principal da torcida pela péssima fase do Botafogo está claro, é Luís Castro. Com toda razão o treinador é criticado e cobrado, mas será que é só ele o problema? O empate em 0 a 0 com a Portuguesa neste sábado (18/3) mostra que não.
* Os jogadores também têm que ser cobrados. Há ali um time com uma das maiores folhas salariais do Brasil que sofre contra adversários da Série D ou até sem divisão. Está faltando muito mais dentro de campo. Passa pelo treinador, mas também pelos atletas.
* Como explicar atuações individuais tão ruins diante da modesta Portuguesa? Victor Sá, por exemplo, não conseguiu acertar uma jogada. Carlos Alberto, idem. Os laterais Di Placido e Hugo foram vulneráveis e pouco consistentes, o meio foi pouco eficiente e o ataque quase não existiu.
* Os jogadores têm à disposição estrutura (ainda não a ideal, mas melhor que a do Botafogo dos últimos anos), voos fretados e bons salários. Têm obrigação de desempenhar mais. O Botafogo segue sendo um time refém das bolas paradas, dos cruzamentos na área.
* Há ainda uma espinha dorsal que “segura” o time e evita que o momento seja ainda pior. Tem Lucas Perri, Adryelson, Victor Cuesta e Tchê Tchê. Esses quatro mantêm a regularidade e o nível. Marçal e Tiquinho Soares também dão peso, mas têm sido desfalque por suspensão nos últimos jogos. Eduardo está voltando e recuperando ritmo. Ainda assim, é pouco.
* Fora de campo, falta mais ação da diretoria, liderada por John Textor. Como faltou planejamento no início de 2023, em que se arriscou jogar sem estádio e sem reforços. É consenso que o time atual poderia ter desempenho melhor, sobretudo contra equipes como Sergipe e Portuguesa, mas o risco de se começar a temporada aos trancos e barrancos se confirmou.
* Chegando a Luís Castro, no Brasil é papel do treinador também apagar esses incêndios. Se virar com o que tem, encontrar soluções e alternativas. O técnico português não parece capaz de trabalhar nesse cenário adverso e confuso. Precisa de time forte, jogadores de qualidade, boa estrutura e paz no clube. O que qualquer um sonharia ter.
* Como o Botafogo não tem, é preciso mais do treinador. Luís Castro se enrola diante de adversários frágeis, não consegue fazer seu time jogar, parece sem critério em escalações e substituições, fica nitidamente tenso e desconfortável com situações adversas. O momento do clube e do treinador dão a impressão de que apenas se está adiando uma inevitável demissão.