* Rafael Navarro é o artilheiro do Botafogo na temporada com 11 gols e o jogador que mais deu assistências: nove. Só por esses motivos já merecia ganhar elogios. Mas o ponto aqui a ser valorizado é a entrega do centroavante dentro de campo.
* Mesmo em fim de contrato – o que será debatido mais abaixo – Rafael Navarro não tira o pé (nem o rosto das divididas). Corre, luta, vibra, abre espaços e finaliza. É o jogador mais perigoso do Botafogo. Mais do que isso, é o melhor jogador do Botafogo na Série B, o que mais gera pontos ao time alvinegro.
* A única ressalva é sobre a não renovação, que deve significar uma saída gratuita do Botafogo ao fim da Série B. Poderia chegar a um acordo com o clube, ser valorizado e vendido futuramente. Mas entram outras questões, como pressão de empresários, assédio de outros clubes e ofertas de melhores salários. Se Navarro mantiver o nível no Botafogo até o fim do contrato já é algo para ser considerado, pois não é raro ver jogadores perdendo o foco ou tirando o pé quando começam a vislumbrar saída.
* Rafael Navarro foi o melhor jogador do Botafogo no setor ofensivo diante do Cruzeiro. Foi quem gerou preocupação ao adversário, finalizou, quase fez um gol e levou perigo. Faltou companhia, uma vez que os demais não estavam tão inspirados.
* Pragmático, o Botafogo jogou com o regulamento debaixo do braço e saiu com empate que não pode ser desprezado. Enfrentou um grande clube, em crescimento, com pressão da torcida, em um jogo duro. Dava para ter vencido, mas poderia ter perdido também. Então, o empate não foi de todo ruim. Segurou o Cruzeiro e manteve o Botafogo firme na luta pelo acesso e pelo título da Série B.
* Quem também tem que ser destacado é Diego Loureiro. Era difícil imaginar que, após as más atuações recentes, fosse bem em um jogo grande. Segurou a pressão do Cruzeiro, fez grandes defesas e foi decisivo no empate. Mas precisa melhorar nas saídas do gol, tanto por cima quanto por baixo, porque a indecisão gera insegurança em todos.
* Enderson Moreira tem pontos a ajustar no Botafogo. O principal parece ser a lateral-esquerda, uma vez que a aposta em Jonathan Silva não funcionou. Carlinhos está melhor, mas tem dificuldades defensivas. Na direita, Daniel Borges vivia melhor fase que Jonathan Lemos. Outra questão é ter opções para mudar o jogo no segundo tempo. As alterações não têm dado tanto resultado e geralmente se repetem, como Diego Gonçalves, Luiz Henrique e Rafael Moura. Luís Oyama aberto na direita também não é o melhor cenário.
* De qualquer forma, são ajustes. O principal é a solidez e a cara de time que Enderson deu ao Botafogo, mais encorpado e consistente. Com uma zaga sólida e meio-campo combativo, diminui a chance de levar gols. Vai ser preciso criar mais soluções ofensivas, pois os adversários estão aprendendo a marcar o Botafogo, com muita intensidade, faltas e diminuição de espaços.
* Por que o Botafogo “gasta” dois jogadores em toda cobrança de escanteio? Jonathan Silva se posiciona, mas Chay que cruza e o lateral fica fora de sua posição. É uma jogada difícil de ser explicada.
* Faltam oito jogos, sendo quatro em casa. Quarta-feira é a vez de a torcida do Botafogo jogar junto mais uma vez no Estádio Nilton Santos e empurrar o time diante do Brusque. Em uma reta final tão equilibrada, todo apoio é importante.