Virou chavão a expressão a “Série B mais difícil de todos os tempos” para definir a atual edição. Mas será mesmo? Por ora, a impressão que se tem é que a Segunda Divisão de 2003, na qual o Botafogo subiu junto com o Palmeiras, foi mais complicada.
A começar pelo regulamento. Subiam apenas dois times, não quatro. Eram 24 clubes na fase inicial, na qual oito se classificavam e tinham que disputar dois quadrangulares para conseguir o acesso. Um verdadeiro Deus nos acuda, que para o Botafogo terminou com vitória por 3 a 1 sobre o Marília em um Caio Martins lotado ao mesmo tempo em que o Palmeiras vencia o Sport por 2 a 1.
E na época não eram comum os clubes grandes disputarem a Série B, já que o tema “virada de mesa” era recorrente. Mas o Botafogo, com Bebeto de Freitas, foi contra qualquer manobra e fez questão de voltar no campo.
Por apenas duas vagas, havia como concorrentes clubes como Botafogo, Palmeiras, Sport, Remo, Náutico, Santa Cruz, Brasiliense, Ceará, Portuguesa, Avaí e América-MG, entre outros. Eram seis times de São Paulo, estado tradicionalmente forte (Palmeiras, Portuguesa, Marília, Paulista, Mogi Mirim e União São João), contra apenas dois em 2021 (Guarani e Ponte Preta).
Quer dizer que a tarefa do Botafogo este ano será fácil? Claro que não. Há os também campeões brasileiros Cruzeiro, Vasco, Coritiba e Guarani, os tradicionais Náutico, Remo, Vitória, Goiás, Avaí, Guarani e Ponte Preta, além de potenciais surpresas, mas o principal problema do Botafogo é o próprio Botafogo, com dívida enorme, sem poder ter torcida no estádio e com time irregular comandado por Marcelo Chamusca. Caso se ajuste, é plenamente possível subir.
Até porque a Série B começou bem nivelada. Por baixo. O Botafogo com um a mais só empatou com o Vila Nova, o Vasco perdeu para o Operário-PR e o Cruzeiro foi derrotado pelo Confiança. O Operário, que já era elogiado, foi goleado em casa por 5 a 2 pelo Guarani, que só empatou com o Vitória na estreia. É briga de foice no escuro.
O Botafogo precisa se acertar, encorpar com os reforços e não deixar pontos bobos pelo caminho, como foi contra o Vila Nova. Para deixar a Série B para trás, como já fez em 2003 e 2015.