Precisamos parar de olhar para o passado, aproveitar o presente e construir o futuro do Botafogo

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Precisamos parar de olhar para o passado, aproveitar o presente e construir o futuro do Botafogo
Vitor Silva/Botafogo

Como é bom torcer para um time que joga futebol! Tenho tido muita dificuldade para definir os sentimentos que venho experimentado nesse começo de Brasileirão, pois não tem sido fácil equilibrar a razão e a emoção. Ver o Botafogo apresentando o nível de jogo atual era algo impensável até pouquíssimo tempo atrás, pois vivíamos apenas na esperança de continuarmos existindo e em vários momentos essa existência foi “forçada” pela torcida. Toda essa dificuldade certamente está relacionada com o nosso passado para lá de conturbado.

É preciso sim lembrar de onde viemos, mas também precisamos saber largar aos poucos o peso de todas as decepções que sofremos. Não podemos transferir para esse elenco atual as nossas frustrações e desconfianças. A nossa torcida precisa começar a saber como lidar com favoritismo, com expectativas mais altas e até mesmo com elogios. Saber que hoje a mentalidade que está sendo construída no clube privilegia a continuidade e o trabalho de médio e longo prazo deve servir como base para as nossas análises.

Talvez hoje o maior exemplo dessa nova mentalidade seja a maneira como a permanência do Luís Castro foi tratada pelo clube e por boa parte da torcida/mídia. Não embarco nessa coisa de que as pessoas têm que pedir desculpas por terem cobrado a saída do Castro e feito críticas a ele. A crítica justa e feita de maneira cordial nunca deve vir acompanhada de desculpa quando a “maré” vira, essa obrigação só se faz presente nos casos onde houve algum desrespeito. Partindo desse ponto, me parece claro que o foco não deve ser no pedido de desculpas, mas sim na busca por não repetir o mesmo comportamento de ruptura imediata que vimos recentemente. Precisamos entender que em um ambiente futebolístico gerido de maneira profissional, os parâmetros de análise são necessariamente outros.

O nosso objetivo não deve ser separar a torcida e a mídia entre “sempre banquei o trabalho” e “banquei por um tempo”, mas sim focar na evolução da maneira como pensamos a gestão do nosso futebol. Tudo que estamos vendo no presente está sendo possível por termos uma direção que sabe o tamanho e a complexidade do nosso projeto.

Nós devemos compreender o contexto e assim podermos curtir as “pequenas” vitórias que estamos conseguindo ao longo do caminho. Viver o momento com sabedoria certamente irá nos preparar para curtimos o futuro em sua plenitude. Precisamos comemorar as melhorias na nossa estrutura, a montagem de um time competitivo, as vitórias e tudo aquilo que tiver algum significado para nós, mesmo que aos olhos externos estejamos comemorando algo “pequeno”. Nunca deixamos de amar o clube, mas estamos voltando a curtir o cotidiano dessa relação, é ou não é? Pois bem, desfrutemos!

Chegou a hora de tirarmos das nossas costas a mochila recheada de decepções do passado, nós não precisamos mais dessa âncora.

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