Já cansei de dar minha opinião sobre a qualidade do trabalho de Luís Castro. Hoje, no entanto, prefiro focar em outra questão. O técnico português não fala mais abertamente sobre o assunto, como ocorreu na coletiva após o empate do Botafogo por 0 a 0 com a Portuguesa na semifinal da Taça Rio, no último sábado (18/3).
Mesmo sem falar com todas as letras, o português deixa claro que precisa de reforços e o quanto isso o incomoda. Com expressão completamente fechada e irritada, ele lembrou que cobrou quando tinha que fazer e citou sua entrevista após o jogo com o Athletico-PR na última rodada do Brasileiro-2022.
E essa entrevista de Castro, de fato, é alarmante. Ele não só pediu cinco ou seis reforços (antes de perder Júnior Santos e Jeffinho), como cobrou organização no planejamento para a temporada 2023 – sabemos que tudo saiu diferente do que se imaginava.
– Acho que nós devemos olhar para os oito primeiros lugares da tabela. É necessário um conjunto de decisões nossas para por o clube nesse caminho. Quando as coisas têm esse padrão, a dificuldade de dizer o que vai acontecer às equipes, é bom se preparar. A partir desse momento é que se ganha os campeonatos, que são condições de trabalho, jogadores no elenco, perceber o que precisamos, se tem que colocar cinco ou seis jogadores para buscar uma Libertadores, precisamos mesmo desses jogadores. Porque, se não, fica difícil – disse em novembro de 2023.
– Eu acho que nesse início de 2023 nós temos que planejar bem, e como eu disse agora, os campeonatos ganham-se e não é durante o andamento deles, é a partir da montagem. Já está tudo montado das outras equipes, então nós precisamos montar também o planejamento. Há muitas equipes que tentam chegar à Libertadores, e quando olham estão disputando pela zona de rebaixamento. Não estou dizendo que não vamos ter capacidade para disputar os oito primeiros lugares, que podem dar pré-Libertadores. O futebol brasileiro tem dominado demais, é a minha opinião. Então, reforçar o plantel em cima dos que já temos é fundamental – completou na oportunidade.
Os meses se passaram e nenhum dos desejos de Castro se concretizou. Pelo contrário. Há, sim, fundamento nas lamentações do técnico português. Evidentemente que a culpa vem de cima, com John Textor, que sempre fez questão de centralizar as decisões.
O cenário é claro. Luís Castro precisa de reforços ou seu trabalho não vai evoluir. A situação do clube é complicada por tudo que vem sendo exposto, o que nos leva ao péssimo cenário de que o treinador não terá as peças que deseja. Assim, vale a pena manter o português? Ele é o técnico ideal para o atual Botafogo?
