Os mais antigos devem se lembrar do personagem Pedro Pedreira (Francisco Milani), da Escolinha do Professor Raimundo. Um advogado caricato que sempre tentava desqualificar os fatos com narrativas absurdas, sempre acompanhado da frase “há controvérsias”.
A imprensa vem se comportando da mesma maneira nos últimos tempos em relação ao Botafogo. Se o assunto é tomate, falam de abacaxi. Se dizemos que o VAR não mostrou uma imagem crucial para a decisão de um cartão, distorcem a discussão para se foi falta ou não. Nunca o ponto levantado pelo Botafogo é debatido; sempre tentam mudar a narrativa e desqualificar com ironias.
Ontem, no programa “Redação SporTV“, o tratamento dispensado ao Botafogo chegou a um nível surreal. Capitaneado por Mariana Fontes e André Loffredo (Bom Dia Rio), houve um show de desinformação e ataques gratuitos à instituição. Desde suspeitas sobre Luiz Henrique até piadas com os gols perdidos por Junior Santos em alusão à “Good Game!”. Usaram a repercussão de uma vitória com atuação avassaladora do Botafogo em um clássico para fazer chacota. Esse tipo de atitude, após a vitória em um clássico, nem Renato Maurício Prado nos seus tempos áureos teria coragem de fazer.
Sabemos muito bem que a imprensa paulista é bairrista, a gaúcha é bairrista, a mineira é bairrista e a carioca é flamenguista. Não se trata de preferência pessoal, mas sim de linha editorial. E isso fica bastante evidente com o show de horrores protagonizado por apresentadores situados no Rio de Janeiro. Infelizmente, hoje não temos um João Saldanha, Armando Nogueira, Sandro Moreyra, entre outros, para confrontar na raiz.
Na última segunda-feira, Thairo Arruda deu uma entrevista bem didática para a Botafogo TV sobre a questão da “Good Game!”. Talvez mais elucidativa e clara do que qualquer declaração de Textor nos últimos seis meses. Algo que merecia uma discussão mais ampla vira motivo de piadas e desinformação em canais que se dizem sérios. Um completo achaque ao Botafogo após uma vitória em clássico, onde deveríamos ter jogado com um a mais desde os dez minutos do primeiro tempo, não fosse mais um erro grotesco de arbitragem que, obviamente, nem foi tão discutido. As piadas e narrativas em favor do time da Lagoa são mais importantes.
Amanhã, um comentará no “Bom Dia Rio”, outra continuará na bancada direto do Rio de Janeiro, Artur Jorge irá ao canal e poderá ouvir comparações pejorativas com 2023, e o fluxo de narrativas seguirá. O Botafogo hoje se dá ao respeito dentro de campo; às vezes, fora dele, nem tanto. Mas a torcida continuará sendo o farol vigilante que nunca apaga.
Lembrando Pedro Pedreira: “Só enfrenta quem aguenta!”.
