Apenas um campeonato em todo o Brasil está cogitando a possibilidade de voltar agora em junho. Trata-se do Carioca. Aquele que já foi o mais charmoso do Brasil. Mas que hoje não passa de uma caricatura ofensiva daquele torneio que era valorizado em cada esquina da cidade. Os domingos de clássico no Rio de Janeiro tinham bandeiras na janela e buzinaços. E não estou falando de uma final. Bastava um duelo entre os quatro grandes no meio da tabela que a torcida se vestia. Quatro? Antigamente Bangu e America jogavam no Maracanã e faziam frente.
O Campeonato Carioca entretanto decaiu. E não foi pouco não. Foi para o fundo do poço. Hoje a caricatura ofensiva a que me referi é a cara de quem ainda perambula pelo poder na entidade ou nos clubes de menor investimento do estado.
Caixão não foi o fundo do poço
Os nomes que hoje são atores no cenário do futebol carioca mostram a decadência do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. O declínio começou com Eduardo Viana. O Caixa D´água, como era carinhosamente chamado, decretou o início do fim. Vivenciamos episódios dantescos como a formação da Liga de 1997, os WOs de 1998 e tudo isso culminou com o famoso Caixão 2002, o torneio disputado no modo silencioso enquanto que o Brasil ganhava o penta na Copa do Mundo da Ásia.
E quem pensa que o Caixão era o fundo do poço…chegamos até 2020. Rubens Lopes, o Rubinho que presidiu o Bangu, ainda é presidente da entidade. Faz uma gestão no meu entender tão ruim quanto foram as gestões do Caixa D´água. Leio notícias sobre deboches ao Botafogo no grupo de WhatsApp dos dirigentes. Vejo a opinião de alguns clubes sem expressão nenhuma valendo mais do que Botafogo e Fluminense. Enquanto isso reuniões virtuais (uê, se pode voltar a jogar bola não pode se reunir de forma presencial?) tentam definir quando o Campeonato Carioca voltará a perambular, como um fantasma, pelos domingos do Rio de Janeiro. Triste fim.
