Tenho acompanhado a discussão sobre a ausência de Leila Pereira no Estádio Nilton Santos no jogo entre Botafogo e Palmeiras nesta quarta-feira pelo Campeonato Brasileiro. O jogo atrai vários tipos de olhares. Boa parte da nossa mídia, principalmente a que diz combater a desinformação, vem passando atestado de fake news ao falar que a integridade física da dirigente palmeirense estará em perigo se ela comparecer ao estádio. Que coisa patética e mentirosa. Só mostra o nível do jornalismo atual.
A gota d´água foi sugerirem que a CBF venha a acionar a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro para garantir a presença de Leila no estádio. Como assim? O Rio de Janeiro tem outras prioridades nesta área e não pode perder tempo com assuntos tão idiotas. Ainda mais porque não existe ameaça contra Leila.
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Como seria um diálogo da CBF com a Secretaria de Segurança?

Fico imaginando a conversa do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, com o secretário de segurança, Victor Santos.
– Bom dia secretário, estou ligando para ver se o senhor pode garantir a segurança da Leila no Nilton Santos hoje – diz Ednaldo.
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– Não vejo problemas. Podemos garantir. De onde partiram as ameaças contra a presidente do Palmeiras? – questiona o secretário.
– Não teve ameaça não sabe. Ela que está com medo. O Textor tá ameaçando ela – diz Ednaldo.
– Sério? Temos que agir contra este Textor. O senhor tem essas ameaças? – rebate o secretário.
– Uai, o senhor não viu. Ele foi ao Senado, até na Polícia Federal foi parar. Até contratou advogado nos Estados Unidos. Ele não falou da Leila especificamente. Mas ela não gostou e até se sentiu ameaçada. Estão falando até em proibir ele de ficar no Brasil – diz Ednaldo.
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– Uê, mas esses são os caminhos que qualquer cidadão pacífico deve seguir. Autoridades competentes. Bom dia Ednaldo. Nos falamos outra hora. Pode mandar a Leila ir sem problemas ao jogo. Vai ter policiamento – finaliza o secretário, desligando o telefone irritado.
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Claro que este diálogo, pelo bem do bom senso não aconteceu e nem vai acontecer. A torcida do Botafogo e o clube sempre trataram bem os visitantes na atual gestão. Mesmo nos clássicos, onde a rivalidade é grande, nada aconteceu. O clube sempre respeitou os demais. O próprio Palmeiras viu isso após aquele 4 a 3, quando a torcida botafoguense deixou o estádio revoltada com o time e com a arbitragem, mas em nenhum momento atacou os palmeirenses.
Botafogo não ameaça Leila

Leila tem o direito de dizer que não se sente segura, mas é uma pena se tiver fazendo isso apenas por uma questão política. Pior ainda é parte da imprensa embarcar nessa, pois em alguns casos parece até mesmo estar assumindo lados.
O Botafogo sempre deixou claro, por meio de John Textor, que as suas lutas serão na esfera judicial, no Senado e na Polícia Federal. Talvez isso que mais incomode algumas pessoas no futebol. Principalmente aquelas acostumadas a ganhar no grito.
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Sou de um tempo que a imprensa trabalhava por transparência e para se apurar todas as irregularidades. Mas hoje muitos querem jogar para debaixo do tapete até mesmo o direito de se manifestar. Pobre futebol brasileiro que tem esse nível de discussão e covardia contra um clube que jamais promoveu violência contra os demais em seu estádio.