Fair play financeiro discutido na CBF pode fortalecer Botafogo

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Vítor Silva/Botafogo

A CBF tem discutido a possibilidade de implementação de fair play financeiro no Brasil. Como escrevi ontem, a discussão ganhou corpo porque o Botafogo furou a bolha e no ano passada desbancou os favoritos das mídias e das entidades. Só que o veneno que eles planejam contra o Glorioso pode acabar beneficiando o próprio clube botafoguense levando em conta o cenário atual.

É ilusão acreditar que se discute fair play financeiro no Brasil porque se quer igualdade. Senão se discutia, por exemplo, cota de televisão e patrocínio de empresas públicas. O que se deseja é garantir que os clubes poderosos, mas incompetentes, continuem com mais poder aquisitivo. É neste cenário que o Botafogo pode se beneficiar.

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Botafogo é o competente da história

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Botafogo pode se beneficiar de fair play financeiro

O incompetente pensa em soluções que possam lhe trazer vantagens. As coloca em prática e vê que o competente deu um jeito de resolver o problema. Aí o circuito recomeça. No caso querem atrelar a capacidade de gerar receita ao investimento que o clube pode fazer. Logicamente que um clube beneficiado com altas cotas de TV, dinheiro do BNDS e de bancos públicos, por exemplo, levaria ampla vantagem. Só que no Brasil, normalmente, quem está nesta condição é o incompetente. E o Botafogo vem ditando essa discussão.

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O modelo, semelhante ao da França, não impediu que o PSG dominasse o mercado francês. Isso porque não se pode limitar a capacidade de um clube gerar receitas. John Textor, por exemplo, tem buscado aliados fortes, como Evangelos Marinakis. Estamos falando de empresários que são capazes de justificar investimento de qualquer tamanho em um clube brasileiro. Ainda mais com a desvalorização da nossa moeda.

Limitação de receita

Evangelos Marinakis, acionista do Nottingham Forest
Evangelos Marinakis, acionista do Nottingham Forest, tem boa relação com Textor

Enquanto um clube disposto a buscar investimentos do mundo inteiro, abrindo capital e crescendo não tem limites de fazer receita, os que querem dominar por vantagens de cotas de TV e dinheiro público podem ter sérios problemas. Existe um limite para este tipo de verba, pois as emissoras brasileiras não podem chegar tão alto, assim como nossas empresas.

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E para quem diz que não é algo feito porque o Botafogo quer furar a bolha, reparem bem uma coisa: se John Textor decidir ficar só com o Botafogo em um primeiro momento, a CBF para de falar de medidas que punam clubes do mesmo grupo econômico. Tanto que isso tem ficado em segundo plano nos últimos dias. O feio é que eles não conseguem nem disfarçar.

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