Quando eu sou bagunceiro e domino uma situação de caos, quem aparece tentando organizar a casa logicamente não vai contar com a minha simpatia. O amador não curte o profissionalismo, pois o mesmo o ameaça. É neste cenário que analiso o atual momento do Campeonato Brasileiro, onde a CBF não deve, muito provavelmente, ver com bons olhos a disputa do título entre Botafogo e Bragantino. E isso pode gerar problemas.
O Botafogo não disputava o título do Brasileirão há muitos anos. E isso agora só está sendo possível por conta das SAFs, dos clubes que adotaram empresas para cuidarem de seu departamento de futebol. Não por coincidência, mas também pela sua bela capacidade de organização, que o Bragantino entra na disputa depois de 33 anos praticamente fora da briga por um Brasileirão. Ambos respiram profissionalismo. Ambos representam o progresso.
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Apesar disso ambos disputam uma competição organizada pela CBF, com regras da CBF. Uma entidade que tem Ednaldo Rodrigues como presidente. Com todo respeito, pode até ser esforçado, mas só pelo que temos visto na Seleção Brasileira não se pode esperar muito em termos de gestão esportiva. Uma entidade que tem uma Comissão Nacional de Árbitros que todos os dias toma pancada da imprensa e dos clubes com razão.
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Em um cenário empresarial, onde a competência é levada em consideração e não os desejos políticos de presidentes de Federações, dificilmente você colocaria na presidência ou como CEO algumas figuras que hoje vemos dirigindo o futebol brasileiro.
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Dito isso temos visto a CBF nos últimos dias, talvez sem perceber, prefiro acreditar, tomar decisões que prejudicam Botafogo e Bragantino. Primeiro o time paulista não pode jogar na próxima rodada simplesmente porque seu adversário bateu o pé e fez cara feia porque tomaram o estádio que ele acha ser dele. Se o apagão no Niltão é motivo de força maior que obriga até mesmo se desrespeitar o bom senso, uma final de Libertadores não é?
Botafogo sofre com prejuízos
No fim de semana o Botafogo foi prejudicado várias vezes. Primeiro na escalação de um árbitro sem a menor experiência para apitar um jogo de grande relevância. Depois porque teve que concluir um jogo sem a sua torcida, o que contraria as regras do jogo.
Se não bastasse isso tudo a CBF decide adiar a partida contra o Fortaleza sem consultar o clube. Além disso menospreza o desejo alvinegro e até mesmo de atletas de irem a campo. Tudo pela lisura do processo.
A possibilidade de um terceiro concorrente aparecer e disputar o título com Botafogo e Bragantino é algo que interessa ao atraso. Que desagrada quem é contra os profissionais cuidando do futebol. E a CBF perdeu com essas decisões uma excelente oportunidade de mostrar que não teme o futuro de profissionalismo e boa gestão. Não basta ser imparcial, é preciso parecer. E sobre o futuro profissional, ele vai chegar, independentemente das jabuticabas de nosso país.
