Não vou dizer que me surpreendi. Seria mentiroso se assim falasse. Mas a naturalidade com que o ex-árbitro Marcelo de Souza Pinto alertou o Botafogo sobre os riscos que corre na reta final do Campeonato Brasileiro é no mínimo revoltante. Não falo por ele. Mas pelo que afirmou. Claro que Marcelo deveria de certa forma provar o que falou ao podcast “Resenha de Primeira”. Mas tomemos como verdade. Isso é grave. Entretanto o que de mais sério se esconde no alerta que ele deu?
Muitos estão projetando possíveis problemas que o Botafogo terá com a arbitragem. Marcelo afinal de contas disse: “Sabe por quê? Eu conheço, eu estive lá dentro. O sistema vai trabalhar. Eu falei para vocês: não deixe o Palmeiras chegar. O Palmeiras não tem nada a ver com isso. Mas sabemos que existe uma força paulista dentro da confederação. Se prepara, porque agora você vai reclamar da arbitragem. Anote o que estou falando”.
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Se o meu senso de interpretação não está falhando, entendo que ele disse que o sistema vai impedir o Botafogo de ser campeão. Mais precisamente a arbitragem. Ou seja, algo que já coloca no lixo a transparência da competição.
E o passado?
O pior de tudo é que fico imaginando a Comissão de Árbitros da CBF tentando rebater isso com exemplos. Teria problemas para explicar as cotoveldfas de Bruno Henrique e a falta em Tchê Tchê no segundo gol do Flamengo. Ou o gol anulado de Diego Costa contra o Galo. Sem falar na expulsão de Adryelson diante do Palmeiras e o gol de mão do Cuiabá. Mas logicamente que pode ter sido apenas azar botafoguense. Não podemos acusar ninguém.
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Mas voltando ao que há de mais grave no que ele falou. No meu entender a gravidade não está no futuro e sim no passado. Se Marcelo já conviveu neste ambiente e fala com tanta autoridade, o que precisamos entender é: Quando e quantas vezes o sistema atuou contra o Botafogo? Com a palavra a CBF e o Justiça Desportiva do Brasil.
