Reforços… Ideias de Textor no Botafogo contrariam ‘profissionais’

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John Textor no treino do Botafogo no Espaço Lonier em janeiro de 2022
Vítor Silva/Botafogo

O empresário John Textor tem procurado participar ativamente do tema reforços no Botafogo. A última notícia dá conta de que ele mandou paralisar algumas negociações. Entretanto uma decisão dele me chamou muita atenção. Ele não quer mais que o clube tenha por base na busca por reforços apenas a indicação de treinadores. Uma decisão que contraria os entendidos sobre o profissionalismo no futebol.

Cresci como pessoa e também na profissão escutando os comentaristas falando que os cartolas se metiam demais na formação dos elencos. Que os treinadores que deveriam escolher com quem iam trabalhar. Afinal de contas eles montariam o time. Por muito tempo inclusive acreditei nesta verdade absoluta e sem ousar contrariar.

Assim vimos ao longo dos anos treinadores comandando clubes. Se o dirigente se envolvesse em algo era amadorismo. Imagina só. Tinha quem defendesse que o maior salário tinha que ser do técnico. Além disso quando um treinador dava alguma declaração cobrando reforços logo a diretoria era cobrada pela mídia.

Ao longo dos anos vimos treinadores indicando vários atletas nos clubes. Quando a coisa não dava certo ele ia embora ou era demitido e o clube ficava com a herança maldita. Vivenciamos isso recentemente com indicações de Marcelo Chamusca.

Enderson cobrou reforços no começo do ano

Enderson Moreira fez cobranças antes de renovar (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

No começo do ano Enderson Moreira ganhou espaço avisando que não aceitava a estratégia de ter o Estadual como laboratório. Exigia reforços. Pois bem, Textor chegou a foi direto ao dizer que não gostou da cobrança do treinador. Além disso deu um novo rumo na busca por reforços. Boa parte desse processo até tinha iniciado com a análise de desempenho desta diretoria que trouxe nomes como Oyama e Diego Gonçalves no ano passado.

Textor não me parece amador. Muito pelo contrário. A verdade é que o treinador é apenas mais uma peça na engrenagem. Imagina se um gerente que chegasse ao banco quisesse trocar todos os bancários do time? Seria impraticável. O mesmo acontece no futebol. O clube é quem arca com o prejuízo ou colhe os frutos de uma boa contratação. Assim não pode ficar como refém de escolhas apenas de um profissional. A palavra do técnico logicamente tem peso. Mas existem outros fatores como análise de rendimento e riscos. Os clubes que não perceberem isso vão continuar sofrendo com heranças malditas e trocando elencos a cada fim de ano.

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