O atacante Sinval teve seu gol escolhido em uma enquete como o mais importante da história do Botafogo. Não vou aumentar ou diminuir o peso da votação que elegeu seu tento na final da Copa Conmebol. Mas concordo quando o artilheiro fala que aquele título precisa ser muito mais valorizado. Até mesmo ser comparado aos de 1989, que tirou o Alvinegro do jejum de conquistas, e de 1995, o Brasileirão de Túlio Maravilha.
Recentemente o Botafogo fez um movimento para promover o Torneio de Caracas a título mundial. Pelo nível dos adversário é justo que venha a pleitear. Entretanto, é preciso valorizar as conquistas que foram muito maiores do que o tratamento dado.
A Copa Conmebol era em 1993 o que hoje é a Copa Sul-Americana. Se qualquer time do Rio de Janeiro ganhasse hoje este caneco, incluindo o próprio Botafogo, a festa seria enorme. Estamos falando de um título continental e o único conquistado por um clube carioca atuando diante de seus torcedores, no Maracanã.
Time usou a mística da camisa gloriosa
Vale lembrar ainda que o time do Botafogo era muito limitado. Com poucos talentos. Isso talvez pese para a falta desta valorização. Mas no meu modo de ver poucos times conseguiram dentro de uma competição fazer valer tanto a mística da camisa alvinegra como aquele. Lembro que no dia do jogo de volta contra o Atlético-MG alguns amigos me provocavam dizendo que tinha acabado o sonho do título continental. A virada naquela fase contra os mineiros era pouco provável. O que vimos foi o 3 a 0, fora o baile.
Além disso a final não foi com qualquer time do Chile, Equador ou Peru, com todo respeito. Foi contra o Peñarol do Uruguai, um outro gigante do continente. Aquele time conseguiu fazer a camisa do Botafogo jogar sozinha. Algo que outros times mais qualificados do clube não conseguiram. Assim é preciso que o Botafogo valorize sim aquela conquista. Em 1993 o Botafogo foi campeão sul-americano e isso ficará para sempre na história.
