Faz tempo que não escrevo aqui. Tirei uma semana de férias. O destino? América Central. Panamá, para ser mais preciso. Mala pequena e a inseparável camisa do Botafogo na bagagem. Não pode faltar. Admito que a deixei para ser usada apenas no fim da viagem, mas valeu a pena. Explico pra vocês a seguir.
Reservei a capital do país, a Cidade do Panamá, para os últimos dois dias. Não tive dúvida: vesti a camisa do Fogão para conhecer as principais atrações. Após comer um arroz frito com camarões, refeição local, desci do bairro Bella Vista à Cinta Costera, onde fica a orla com uma ciclovia e um visual maneiro dos arranha-céus. No meio do caminho, precisei desviar de algumas calçadas em obras, havia aqueles típicos avisos de “homens trabalhando” por toda a parte. Em um desses atalhos, escuto uma discussão entre dois caras, aparentando 40 anos de idade cada um, perto de uma britadeira desligada.
– Botafogo!
– No.
– Si, es Botafogo.
– No creo.
– Si, Botafogo. Seguro!

Canteiro de obras onde camisa do Botafogo foi reconhecida (Foto: FogãoNET)
Sorri, confirmei que era realmente a camisa do Fogão e o dono da razão estufou o peito para o companheiro ainda mais cheio de si. Depois disso, segui minha caminhada não muito diferente do orgulho do vencedor do rápido debate. Mas os passos foram tomados por reflexões.
Como esse cara conhece o Botafogo com tanta propriedade assim? Não houve qualquer relação recente com o país, não rolaram amistosos que eu me lembre, nem sequer pertencemos à mesma confederação (Concacaf). Só pode ser muito Brasileirão transmitido para fora do país ou simplesmente, se é que podemos chamar de simples, nossa gloriosa história que desbrava fronteiras. Talvez um misto dos dois, não sei, levei para casa a dúvida. Na verdade, a resposta pouco nos importa.
A certeza é aquela de sempre: o Botafogo é imenso e não cansa de dar provas disso mundo afora.
Saudações alvinegras.