Carlos Eduardo Sangenetto
28/06/2017
Rio de Janeiro (RJ)
E o camisa 7 deixa o Botafogo antes mesmo no mês 7. Maior contratação do Glorioso para temporada 2017, Montillo sentiu talvez duas das piores dores que um homem pode sofrer no campo profissional e pediu para sair. Frustrante? Sim. Justo? Também.
Montillo deixa o Botafogo após lesões na panturrilha (Foto: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo)
Comprar um projeto, aceitar um novo desafio, ser cotado como “o cara” de um dos anos mais especiais da história recente de um clube gigante como o Botafogo era, de fato, uma responsabilidade enorme. Ciente disso tudo, imagine a entrega para atender todas essas altas expectativas esbarrando em uma insistente limitação física… Não deve ser mole, amigos. A sensação de impotência deve ser horrível.
Agora, caro leitor alvinegro, imagine lidar com toda essa situação e ser cobrado por dezenas de imbecis na internet, que usam covardemente as redes sociais para ofender um profissional íntegro. Até no Nilton Santos testemunhei cobranças fora do tom para o argentino. Ficar desolado e puto com tudo isso é normal, natural do torcedor, ainda mais diante de um elenco com problemas de reposição. Chega a ser incontrolável, inclusive. Mas chamá-lo de ladrão? Não dá, mermão.
Quem aguenta tudo isso? Ninguém tem sangue de barata, ali há um homem. O mesmo homem, inclusive, que foi grande e reconheceu que não dava mais.
Obrigado, Montillo. O futebol brasileiro, ou melhor, o país inteiro precisa de exemplos de honestidade como o seu. Jogar limpo e admitir as fraquezas são atitudes fundamentais para um dia todos darmos a volta por cima e melhorarmos juntos.
Saudações alvinegras!