O Botafogo comunicou há pouco, na noite desta quinta-feira (27/3), a resolução do caso do transfer ban recebido da Fifa por causa da dívida com o Guaraní, pela contratação de Segovinha. O clube informou que houve uma “falha de comunicação” e que não será mais punido pela entidade que rege o futebol mundial. Ótimo, alívio, apenas um susto? Tomara. Mas a questão é: precisava chegar a esse ponto?
Não foi por falta de aviso ou de reclamações. Desde julho de 2023, há quase dois anos, vimos notícias veiculadas na imprensa a respeito de atrasos no pagamento ao clube paraguaio. Em março de 2024, a cobrança à Fifa foi falada pela primeira vez (foi tudo repercutido aqui no FogãoNET) e, mesmo assim, o Botafogo decidiu esticar a corda e quitar as pendências apenas doze meses depois.
O que aconteceu? Colheu o que plantou. A corda tanto esticou que a Fifa inseriu o Glorioso na lista de banimento por três janelas de transferências, o que seria trágico para a SAF alvinegra. Algo inimaginável para os planos da holding de John Textor.
A introdução do Botafogo no transfer ban, ainda que temporária, transmite uma imagem nada legal para o mercado, que, sabemos por nossas fontes, já há alguns empresários insatisfeitos com a forma que o clube lida com pagamentos. Além disso, não tem como não fazer ligações com os apertos financeiros vividos pelo Lyon, outro membro da Eagle Football que ficou impedido recentemente de inscrever reforços. Quando resolve lá, dá problema aqui. Quando resolve aqui, complica lá? Vai ser assim? O fluxo de caixa não parece saudável, pelo menos para quem apenas consome as informações.
A SAF Botafogo vem crescendo ano a ano, atingiu um grande sucesso com os títulos inesquecíveis da Libertadores e do Brasileirão em 2024, mas se manter no topo também é um enorme desafio, talvez ainda mais difícil, porque a concorrência, que é forte, surge sedenta, e já estamos vendo isso na atual temporada. Temos que aplaudir quando é para aplaudir, porém chegou a hora de criticar mais uma vez. Foi um episódio desnecessário.
