Às vezes precisamos nos deparar com o questionamento de alguém alheio a todas as bizarrices que estamos acostumados no futebol carioca para refletir um pouco. Foi o que fez Keisuke Honda, depois de cordialmente parabenizar o Fluminense pela classificação para final da Taça Rio, após um empate sem gols com o Botafogo neste domingo no Estádio Nilton Santos.
O camisa 4 do Botafogo estranhou o regulamento do Estadual e publicou no Twitter que “nunca viu não ter prorrogação ou pênaltis em um campeonato”. Ele também sugeriu que a regra fosse alterada.
“Parabéns ao Fluminense e eles mereceram vencer o jogo. Porém, sinto que preciso dizer… a regra precisa ser mudada. Nunca vi não ter prorrogação ou pênalti num campeonato“, escreveu o japonês na rede social.
Honda não está errado. Anualmente precisamos dar aquela conferida no regulamento do Campeonato Carioca para não sermos surpreendidos. Mas pensem comigo. Se para gente já é esquisito, imagine para ele, que vem do outro lado do mundo, conseguir entender.
No meio de outros pontos singulares do torneio, que não são poucos, pensemos aqui: qual é o sentido de um clube chegar à semifinal de turno, Taça Guanabara ou Taça Rio, com uma vantagem tripla? Sim, tripla. O líder dos grupos vai para o mata-mata com três fatores a favor.
I – Jogar contra o 2º colocado (menos qualificado) do outro grupo
II – Ser o mandante da partida
III – Se classificar à final com um empate
OBS: Vale lembrar que na Taça Rio, 2º turno, os clubes que fazem o chamado “cruzamento olímpico” nem medem forças para melhor justificar o mérito da vantagem
Não há problema algum em existir uma vantagem, isso faz parte desde sempre no futebol, afinal serve para motivar qualquer clube a buscar uma melhor classificação. Mas são necessários tantos incentivos?
Que a partir da próxima temporada, se o Estadual ainda tiver algum prestígio após o Coronão-2020, os clubes participantes repensem e reconsiderem tal exagero. Afinal, uma classificação sem gols só deixa o torneio mais sem graça do que já está.
Fique tranquilo, Honda. A gente te entende.