Jornal: Justiça descobre que Bota sonegou R$ 95 milhões

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Por FogãoNET

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Dentro de campo, a qualidade técnica do Botafogo vem sendo convertida em gols e vitórias. Fora das quatro linhas, porém, o drible resultou em cartão vermelho. O Jogo Extra teve acesso ao parecer técnico da Justiça do Trabalho que causou a exclusão do clube, há um mês, do Ato Trabalhista que evitava a penhora das receitas.

No acordo firmado com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Botafogo havia se comprometido a destinar 20% de suas receitas para o pagamento de dívidas trabalhistas. Mas, segundo o parecer técnico — que usa termos duros, como “fraude” —, as receitas da Companhia Botafogo, criada na gestão de Bebeto de Freitas, não foram levadas em conta nos repasses .

A coluna Extracampo, do Jogo Extra, revelou na edição de quinta-feira que o Glorioso sonegou R$ 95.094.232,63. Ou seja: ao omitir as receitas da Companhia Botafogo, o clube alvinegro depositou apenas R$ 30.344.015,87, quando deveria ter pago R$ 125.438.248,50, levando-se em conta sua receita bruta de R$ 627.191.242,50, apurada de 2009 a março de 2013.

O resultado de tal perícia foi encaminhado ao presidente do TRT da Primeira Região, o desembargador Carlos Alberto Araújo Drummond, que revogou o Ato, no dia 29 de julho, deixando o Botafogo sujeito a penhoras.

 

Para juiz, a credibilidade do clube foi comprometida
Para juiz, a credibilidade do clube foi comprometida Foto: Arte / Extra

 

O parecer técnico que causou a exclusão do Botafogo do Ato revela — e repudia — a tentativa do clube de driblar os credores trabalhistas:

“Salta aos olhos que a Companhia Botafogo foi constituída pelo clube para receber as verbas de contratos de patrocínio e de outras atividades que envolvam vultoso retorno financeiro, com o nítido objetivo de livrar essas receitas do risco de penhoras judiciais”, diz o texto, assinado pelo Juiz Substituto do TRT, Francisco Montenegro Neto.

Excluído do Ato, o Botafogo sente a dor das penhoras. Não bastasse a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tentar bloquear os R$ 18 milhões que cabem ao Botafogo pela venda de Vitinho, a Justiça do Trabalho mostra também as garras. Ex-zagueiros do clube, Fábio Tavares e Renato Silva movem ações trabalhistas, cobrando R$ 6.048.577,89 e R$ 187.502,70. Theotonio Chermont de Britto, advogado dos dois jogadores, já garantiu o bloqueio das verbas junto ao Banco Central. Ele garante que o crédito trabalhista tem prioridade sobre a penhora solicitada pela PGFN.

— O crédito trabalhista tem natureza alimentar e, pela lei, o salário é sagrado. — afirmou o advogado.

A assessoria de imprensa do Botafogo informou que o ato expiraria em dezembro. E revelou que o clube está recorrendo da decisão do juiz.

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