Assim que Ricardo Gomes anunciou que estava deixando o Botafogo para assumir o São Paulo, a diretoria não teve dúvida ao escolher o sucessor. Nomeou Jair Ventura, filho do ex-ponta-direita Jairzinho, o Furacão da Copa do Mundo de 1970, que já estava na comissão técnica. Cinco jogos depois, ele tem o melhor rendimento do time nos pontos corridos.
Com quatro vitórias e apenas uma derrota, conseguiu incríveis 80% de aproveitamento. Com os 12 pontos somados, fez o Botafogo saltar da 15ª para a décima colocação, abrindo por enquanto seis pontos de distância do primeiro time na zona de rebaixamento.
A rodada será concluída nesta quinta-feira e o time alvinegro não corre o risco de ficar numa colocação pior, mas pode ter a diferença para a zona da degola reduzida.
O rendimento obtido com Ventura é inédito para o Botafogo na era dos pontos corridos, fórmula adotada no Campeonato Brasileiro a partir de 2003.
Ausente da edição inaugural do torneio e também da última, o time temo como melhor campanha até aqui a edição de 2013. Naquele ano ficou na quarta colocação, obtendo vaga na Copa Libertadores, com 53% de aproveitamento (61 pontos em 38 jogos).
Aliás, apenas duas vezes na era dos pontos corridos o Botafogo conseguiu ter rendimento igual ou superiro a 50% dos pontos. Uma das vezes já foi citada (2013). A outra foi em 2010, quando somou 59 pontos em 38 jogos, ficou na sexta colocação (51%).
Com Ventura, o Botafogo derrotou o São Paulo (1×0), o Sport (3×0), o Grêmio (2×1) e o Fluminense (1×0). Perdeu apenas para o Atlético-PR (0x1).
Apesar da ascensão impressionante, o treinador ainda não pensa em uma meta que não seja escapar matematicamente do risco de rebaixamento no Brasileiro.
“Enquanto não fizermos 46, 47 pontos, não vai mudar nada. Nosso time é de guerreiros, sem a bola de operários, competitivo. A gente não pensa no G-4, não. Primeiro é se livrar de vez do rebaixamento. Quando peguei a equipe estava no Z-4”, disse Ventura após a vitória contra o Fluminense, no estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador.