Em entrevista no programa “Bola da Vez”, da “ESPN Brasil”, o técnico Oswaldo de Oliveira, ex-Botafogo e Santos, relembrou sua passagem por General Severiano e um episódio traumático. O treinador revelou os bastidores da saída de Vitinho para o CSKA em 2013, quando o Botafogo brigava pelo título brasileiro e da Copa do Brasil.
– Foi um baque para mim. Não foi uma decisão da diretoria, foi do jogador, orientado por uma empresa. Porque nós tentamos persuadi-lo o tempo todo. Estávamos em Curitiba, ele falou que não tinha jeito e ia embora. Falei para esperar, disse o mesmo que para o Lenny e para o Marcelo em 2006. Falei espera, que amanhã você estará na Seleção Brasileira ou no Real Madrid. Ele me respondeu: “Professor, Marcelo mora na Zona Sul, eu no Complexo do Alemão. Eu tenho pai, mãe, esposa e uma filha para criar. O que estou ganhando aqui não chega aos pés. O Botafogo já me fez promessas várias vezes e não cumpriu. Isso aqui já vai salvar a minha vida”. O Vitinho era um cara tímido, introspectivo, então para falar isso para mim era porque estava com a cabeça feita – contou Oswaldo, que foi perguntando se o clube teve responsabilidade na decisão.
– Talvez o Botafogo devesse ter se preparado melhor na hora do contrato, talvez não tinha a previsão de estourar como estourou. Chutava com os dois pés, fazia gols, driblava. Conseguimos fazer jogar coletivamente. Levou um ano, não foi rápido como Dória e Gabriel. Teve altos e baixos. Um dia estava escalado para jogar contra o Americano no Campeonato Carioca e chegou com o pé quebrado no dia da viagem. Foi difícil conseguir levar para onde queríamos. Uma vez conseguido, aí sim poderia ter respaldo contratual, mas a decisão (de sair) não foi do clube – afirmou o treinador.