A segunda colocação no Campeonato Brasileiro, que neste momento colocaria o Botafogo na Taça Libertadores, o que não acontece desde 1996, não deixa Seedorf plenamente satisfeito. Segundo ele, era possível brigar pelo título, mas, para isso, seria necessário que os torcedores comparecessem mais ao estádio. O meia criticou a baixa média de público dos alvinegros, que é a 12ª da competição nacional, com 12.131 torcedores por jogo, enquanto o Cruzeiro tem mais de 26 mil, liderando o ranking.
– Estou vendo que mudou um pouco essa cultura de ir para o estádio (no Brasil). Ninguém ainda conseguiu me explicar bem o porquê disso. Com certeza nosso grupo fez muita coisa boa esse ano, se superando o tempo todo e, com certeza, com o estádio lotado lutaríamos por mais coisas – afirmou o holandês, durante participação no “Redação SporTV”.

Seedorf participou do Redação SporTV desta quinta (Foto: Alexandre Sattamini/SporTV.com)
Para o meia, a presença dos torcedores faz a diferença na atuação do time. Ele comparou os botafoguenses com a torcida do Cruzeiro, que passou a lotar o estádio durante a briga pelo título, enquanto os alvinegros continuaram com baixa presença de público, mesmo com na luta pelo topo da tabela do Campeonato Brasileiro.

Seedorf criticou média baixa de público do Botafogo (Foto: Alexandre Sattamini/SporTV.com)
– Oswaldo sempre fala que torcida não segura perna de ninguém. Ele tem razão. Mas torcida puxa para frente o time, não tenha dúvida. Pedimos várias vezes durante o ano esse apoio. O torcedor não respondeu do tamanho que precisávamos para ter a energia em casa, aquela coisa especial. Quando estávamos lutando nos primeiros lugares, a torcida do Cruzeiro lotava o estádio lá e a gente não conseguia fazer a mesma coisa. Faz diferença. Nenhum time consegue vencer ou fazer campanha importante sem torcida. Quando um cara tem que fazer um trabalho muito duro, fisicamente, sozinho, ele vai correr mais forte com gente incentivando. Esse é um aspecto científico. O estádio lotado faz o time crescer. Influencia – analisou.
Ele também ressaltou a diferença vista na presença dos torcedores aqui no Brasil, com o ambiente que vivenciou durante a maior parte de sua carreira, quando atuava na Europa.
– Na minha carreira toda tive privilégio de jogar em estádios importantes, com conquistas. Lá tem uma cultura diferente. Coisas negativas foram só esporádicas. Quando o time joga partidas importantes, não tem meio-termo, a torcida lota o estádio e apoia – declarou.
Apesar das ressalvas, Seedorf destacou que não é só a torcida do Botafogo que tem frequentado pouco os estádios. Na opinião do apoiador, este é um fenômeno nacional que precisa ser mudado para aumentar a qualidade do espetáculo.
– O Botafogo, principalmente este ano, está fazendo coisas incríveis. Passamos por muitas dificuldades, estamos o ano todo no G-4, e o aspecto do torcedor não é só do Botafogo. Não vejo muitos estádios lotados no Brasil, quase ninguém lota. A média de publico é muito baixa. Um dos pontos do Bom Senso FC é a comparação com outros países, e o Brasil, com a quantidade de pessoas que tem aqui, quase ninguém vai ao estádio. É o Brasil inteiro com essa coisa de não ir para o estádio que tem que ser mudada para aumentar o espetáculo – concluiu