UOL inicia série com candidatos e entrevista Vinícius Assumpção, do MCR

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Por FogãoNET

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Primeiro grupo político a confirmar presença nas eleições do Botafogo, em novembro, o Movimento Carlito Rocha, liderado por Vinícius Assumpção, inicia a série de entrevista ao UOL Esporte. Apesar do sobrenome, o candidato não tem nenhum parentesco com Maurício Assumpção, uma mera coincidência.

Vinícius, inclusive, tem muitas criticas ao  atual presidente e tentará, se eleito, administrar um clube repleto de dívidas e desconfiança. Ele não foge da luta e vê na torcida, o principal alicerce para retomar o caminho da austeridade administrativa. Uma de suas propostas é o direito de voto ao sócio-torcedor, o que, segundo suas projeções, ajudaria o Botafogo também financeiramente.

Confira a entrevista:

UOL Esporte: Quais seriam suas primeiras ações como presidente?

Vinícius Assumpção: Tem que mudar a mentalidade, o modelo de gestão. Nesse processo eleitoral, ninguém é mais botafoguense do que outro. É o modelo do clube que está errado. Tenho na cabeça que precisamos mudar a mentalidade. Tenho registrado em cartório o compromisso de fazer o sócio-torcedor ter direito a voto. Precisa oxigenar o Botafogo. Ela passa pelo voto do sócio-torcedor. É inadmissível, ridículo, um time da grandeza do Botafogo ter seu futuro definido por pouco mais de mil pessoas. Clubes grandes do Brasil já partiram para essa decisão e colocaram a torcida para decidir. A massa deve escolher o destino do clube e não meia dúzia de pessoas.

UOL Esporte: Como funcionaria essa questão?

Vinícius Assumpção: Essa mudança traria aspectos positivos também no lado financeiro. Porque o torcedor vai aderir o plano por algo maior, não apenas por causa dos jogos, o que já se mostrou ineficaz. Sai um pouco só do resultado de futebol, ele passa a pagar para ajudar o clube e ter a opção de voto após algum tempo de adimplência, que seria definido ainda. O Cruzeiro tem arrecadação de R$ 5 milhões com torcida, Inter R$ 3 milhões (sem bilheteria, comente com sócio-torcedor). O Botafogo não chega nem perto disso, temos que mudar

UOL Esporte: Você fala muito de torcida…

Vinícius Assumpção: Essa é a minha bandeira. Não vejo o Botafogo sem sua torcida vou levar isso até o fim. Não vejo o Botafogo grande sem sua torcida do lado. Estão abandonado a torcida. Precisa de uma gestão profissional. Vou ganhar essas eleições e não vou administrar com meus amigos, vou buscar gente de mercado, que conheça o assunto.

UOL Esporte: Como você considera o mandato do Maurício Asumpção?

Vinícius Assumpção: O resultado final do mandato é desastroso. Principalmente na questão administrativa. Conseguiu titulo do Carioca, voltou a Libertadores, mas a custo de quê? A dívida praticamente dobrou. Colocou a sobrevivência do Botafogo em risco. Deve assumir a responsabilidade. Algumas pessoas apoiaram e agora estão contra. Todos eles estão divididos nessas chapas e concorrendo por si. Um diretor remunerado de marketing, outro é vice de comunicação até agora… Tenho apoio até de gente da atual direção. Meu grupo tem responsabilidade pela gestão do Bebeto, quando fomos ativos. Quem participou dessa gestão tem que assumir a culpa.

UOL Esporte: Mas qual foi o grande erro?

Vinícius Assumpção: O Assumpção ignorou a dívida. O grande erro, fatal, foi acreditar que deixaria de pagar os impostos e que a lei de responsabilidade fiscal seria aprovada. Não foi assinada, o Botafogo ficou fora do Ato Trabalhista e se encalacrou todo.

UOL Esporte: A renegociação das dívidas é prioridade? O Botafogo terá que reduzir gastos para se manter em dia?

Vinícius Assumpção: Vai ter que mudar. O presidente que disser que 2015 não vamos passar dificuldade estará mentindo. Vamos apresentar uma auditoria aos sócios e à torcida. Precisamos da torcida. Não vejo clube sem a torcida ao lado. Temos que ter um time. Vamos reduzir a despesa, mas pagar em dia para ter condição de trabalho. Hoje está tudo jogado, não tem comando.

UOL Esporte: Mesmo com um cenário delicado, o Botafogo terá quatro chapas concorrendo. Por que isso?

Vinícius Assumpção: O clube está em uma situação tão ruim e tem 4 candidatos. E usam isso como desculpa para falar que nem tudo está errado. É totalmente ao contrário. Resolveram se mexer, pois o clube está numa rota muito ruim e perigosa. Pode comprometer a sobrevivência. Será muito disputada e debatida no campo das ideias. Todas chapas e candidatos são de grandes botafoguenses. Tenho dito no dia 26, quando assumir, irei chamar todos os grandes botafoguenses. Em todas essas chapas têm gente importante, isso não é tarefa de um homem só. O desafio é grande e deve haver experiência e sabedoria para unir todos esses grandes alvinegros.

UOL Esporte: Presidente não tem salário. Como você se manterá por três anos, caso eleito?

Vinícius Assumpção: Eu nuca dependi do Botafogo para nada. Sou secretario municipal, fui bancário…  Mas a pergunta é importante para uma outra proposta que tenho. Acho que se alguém quer para o Botafogo um presidente 24h por dia, ele tem que ser remunerado. Vamos ter que fazer essa reforma. Não quero me servir, mas isso faz parte de uma gestão profissional. Cansei de ver jogadores medíocres no Botafogo. O clube perde valor de mercado e relevância no mercado a cada dia. Quero dar uma guinada e retomar o caminho. Desafio é grande com dividas enormes.

UOL Esporte: Não haveria mais trabalho não remunerado?

Vinícius Assumpção: A profissionalização do clube passa por isso. Todos os funcionários devem ser remunerados para serem cobrados. Não tem mais isso. Ficará 24h por dia à disposição do Botafogo. A legislação atual não permite, mas pode ser mudada.  Isso é transparência. É melhor que fazer o que ocorre agora. Empresa do pai recebeu a comissão por ter fechado o patrocínio. Todos faziam isso. O presidente deve ter um salario assim como qualquer dirigente.

UOL Esporte: O Botafogo tem solução?

Vinícius Assumpção: Tem solução, senão não seria candidato. Tem solução, claro. É uma marca fortíssima. Vem sendo descaracterizada, mas tem como mudar esse quadro. Pode demorar de 10 a 15 anos. Primeira atitude é equacionar a dívida. Pegar um profissionais da área e montar programa de pagamento. O presidente não pode antecipar cotas, como ocorre. Ano que vem será dificílimo por causa disso. Muita coisa já foi antecipada. Isso está errado e não pode ocorrer. Vamos entrar no Refis, voltar ao Ato Trabalhista. Teremos R$ 2,5 milhões para pagar todo mês. Isso é uma obrigação de cada presidente.

UOL Esporte: Mudará alguma coisa nas categorias de base, um dos pontos positivos da atual administração?

Vinícius Assumpção: A base não será mexida, intacta. Quando vende um jogador desses, fica tudo em dia. São Paulo faz isso muito bem e arrecada com vende de jogador. Precisamos de R$ 10 milhões para voltar ao Refis. Se tivesse recebido pelo Dória, pagava à vista. Esses futuros atletas representam a viabilidade econômica do Botafogo. Temos que subir sete atletas por ano e nenhum deles será fatiado como vem ocorrendo.

UOL Esporte: Como montar uma equipe vitoriosa com tantos problemas?

Vinícius Assumpção: Manterei Jefferson e Gabriel. Um projeto a longo prazo, as duas partes precisam ceder [para Jefferson ficar]. Ele é um monstro. O Jefferson é melhor que o Manga. Melhor goleiro d anossa história. Ele é exemplo. Passaremos dificuldades em 2015 e será difícil, mas em 2016 pode melhorar. Quero ele campeão brasileiro. Ele pode isso, é investimento.

UOL Esporte: O que você pensa para o Engenhão?

Vinícius Assumpção: Chegou a hora do Engenhão se tornar a cada do Botafogo, queremos da uma identidade visual, com identificação com clube. O torcedor precisa de estacionamento vamos negociar com os shoppings próximos. Quero um trabalho social com população do entorno. Ele vão frequentar o estádio e aprender a torcer pelo Botafogo. O namingrigths é fundamental. Sócios proprietários terão direitos a irem aos jogos.

UOL Esporte: Mande um recado para a torcida do Botafogo

Vinícius Assumpção: Eleito presidente, terão um botafoguense da arquibancada, que defenderá os interesses do botafoguense acima de tudo. Estamos prontos para enfrentar o desafio com soluções que façam do clube uma potencia esportiva. O caminho é unidade com a torcida. O Botafogo precisa de transparência para poder voltar a ser o que era.

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