A liderança do Botafogo no Brasileiro foi construída em partidas com baixa média de público de seus torcedores. Mas a presença dos botafoguenses nos estádios é uma das principais apostas da diretoria alvinegra para pagar suas contas atrasadas.
Explica-se: os cartolas da equipe da estrela solitária esperam que o uso do Maracanã promova a volta de seus torcedores para as suas partidas. Isso amenizaria a crise financeira do clube que deve um mês de salário atrasado, após quitar um mês nesta segunda-feira.
Até agora, a média de público da equipe carioca como mandante é de apenas 8.424 torcedores pagantes. Das cinco partidas disputadas como local, quatro delas deram prejuízo, Santos, Cruzeiro, Fluminense e Náutico. O único jogo com lucro foi o contra o Vitória, com R$ 121.895. Ou seja, de saldo, restou R$ 44.216,61 de todos os compromissos.
Isso não desanima os dirigentes botafoguenses porque, nos quatro primeiros jogos, o time teve que ser andarilho atuando na Arena Pernambuco, no Raulino de Oliveira e em São Januário. Agora, terá mais uma partida no Mané Garrincha e quer fechar um acordo para se fixar no Maracanã.
A intenção da diretoria do Botafogo é concretizar um acerto com o grupo administrador do estádio carioca ainda nesta semana. O compromisso deve ser nos moldes do realizado pelo Fluminense, livre de despesas com participação em um número limitado de ingressos e setores. Está descartado o modelo usado pelo Flamengo, com divisão de despesas e receitas.
Com o uso do Maracanã e do Mané Garrincha, os cartolas alvinegros estimam conseguir receitas líquidas de R$ 500 mil a R$ 700 mil por jogo. Há outras estratégias da diretoria para amenizar a crise financeira.
Mas os cartolas reconhecem que qualquer medida não é suficiente para suprir a perda das rendas do Engenhão, fechado pela prefeitura do Rio de Janeiro para obras estruturais. O orçamento do clube previa R$ 27,5 milhões de receita líquida com o estádio. Esse valor poderia atingir R$ 30 milhões com o aumento de alugueis para o uso em propagandas.