O acordo de patrocínio com a TelexFREE, empresa que foi investigada pelo Ministério Público e teve as atividades suspensas no Brasil, está rendendo dor de cabeça para o Botafogo. A Viton 44, empresa que detém as marcas Guaravita e Guaraviton, principais patrocinadoras do Botafogo, criticou a atitude do clube carioca em fechar com uma marca envolvida em polêmica.
– Falei um pouco com o (Ayrton) Mandarino (diretor comercial do Botafogo). Fiquei ‘apurrinhado’ porque eles tinham que saber que ia trazer um problema para o Botafogo e para nós – disse Neville Proa, presidente da Viton 44.
Neville disse que ficou sabendo do novo patrocinador do Botafogo através de distribuidores de suas marcas, que entraram em contato.
– Isso é a ambição do futebol. Fazem qualquer negócio para ganhar qualquer dinheiro. Para ganhar mais dinheiro eles arranjam qualquer espaço para vender.
A Viton 44 está em seu quarto ano de patrocínio. A empresa ampliou o contrato neste ano para estimados R$ 25 milhões. Neville é cauteloso e enigmático ao falar sobre uma possível revisão ou rompimento do contrato com o clube.
– Vamos ver o que vai acontecer. Se der prejuízo, o Botafogo vai ter que cobrir.
A Ympactus (nome fantasia), que representa a TelexFREE Internacional no Brasil, foi alvo de um força-tarefa do Ministério Público Federal, que investigou práticas de crime financeiro, e teve atividades suspensas em 18 de junho, por determinação do Tribunal de Justiça do Acre, estado em que a empresa possuía grande rede de membros. De acordo com investigações do Ministério Público, a empresa teria montado um esquema de “pirâmide” em que os membros, chamados de “divulgadores”, financiam o pagamento dos membros acima da cadeia e recrutam novos divulgadores.