O Botafogo venceu um dos últimos 12 confrontos com o Santos – 2 a 0, em jogo disputado no Nílton Santos, pelo Brasileiro de 2017.
E como visitante teve só oito triunfos em 48 no clássico que talvez seja o mais nostálgico do nosso futebol.
Ainda assim, a três dias dos 38 anos da morte do lendário e inesquecível Mané Garrincha, sinto uma atmosfera favorável para essa partida na Vila Belmiro.
Um ambiente saudável para que o time de Eduardo Barroca pavimente o caminho para a desacreditada permanência do clube na Série A.
Não é o mais provável, eu sei.
Mas, em função do momento do Santos, desfalcado e mais ligado na final da Libertadores do próximo dia 30, no Maracanã, não há porque desacreditar.
O trabalho de Barroca tem resultados que não se associam ao desempenho, fato que, a bem da verdade, já ocorria antes mesmo do retorno dele.
O Botafogo, mesmo nesta época de seca, teve atuações que poderiam ter valido pontos importantes no efeito psicológico dos jogadores.
As derrotas para o Flamengo (1 a 0) e Internacional (2 a 1), por exemplo, minaram a corrida da recuperação anímica do elenco sob o comando do jovem técnico.
Um elenco tecnicamente ruim que sofreu ao longo do Brasileiro com os mais variados problemas.
Desde os temas relacionados à gestão no futebol aos equívocos dos árbitros.
Não fossem o erro de Marcinho no clássico carioca ou a falha bizarra de Kevin no gol da vitória colorada, o time não teria se abatido tanto nos últimos jogos.
Na competição por pontos corridos, a soma de pequenos detalhes, positivos ou negativos, forjam o perfil de um time, e mudam o rumo da competição.
Principalmente em época tão distinta, como tem sido esta temporada 2020/21.
O Botafogo tem nove jogos a fazer e 27 pontos a disputar.
Sua missão agora não é lamber as feridas ou discutir sobre o que deveria ter feito.
O afastamento de indolentes e descompromissados, com aproveitamento dos mais saudáveis renova a esperança para este embate estratégico.
Independentemente da pontuação, o time de Eduardo Barroca deve se concentrar nos detalhes de cada confronto e nos aspectos de seus adversários.
O perde-e-ganha mostra que a distância entre o melhor e o pior tem sido encurtada pela melhor capacidade física e emocional dos jogadores.
E neste janeiro do calor infernal, pode mais quem cansa menos.
Enfim, espero que neste embate com os santistas, os alvinegros possam evocar a energia dos tempos de Mané e Nílton Santos.
Não custa tentar…