A efetivação de Bruno Lazaroni no Botafogo confirma a tendência: os clubes brasileiros estão mais abertos à renovação, e menos preconceituosos ao “novo”.
A questão, neste momento, é saber se é estratégia adotada por convicção ou se por falta de dinheiro.
Em resumo: se é por que os técnicos com importantes conquistas no currículo custam cerca de R$ 2 milhões anuais, em média…
… ou se os métodos de trabalho dos mais jovens deixam a expectativa de melhor custo & benefício no final das contas.
Dos chamados “medalhões” brasileiros, apenas quatro estão hoje em atividade na Série A.
Vanderlei, no Palmeiras;
Cuca, no Santos;
Renato Gaúcho, no Grêmio;
e Mano Menezes, no Bahia.
Todos técnicos com mais de um título nacional ou, ao menos, uma conquista no continente.
E nenhum deles vive momento confortável. Vanderlei, por exemplo, apesar de ser o único invicto, está em quarto lugar, e a cinco pontos do líder.
Os outros três estão em 9º, 15º e 16º, respectivamente.
Com a promoção de Bruno Lazaroni ao posto ocupado por Paulo Autuori, passam a ser sete os técnicos em fase de maturação em ação no Brasileiro:
Ramon, no Vasco;
Eduardo Barros no Athlético-PR;
Coelho no Corinthians;
Rogério Ceni, no Fortaleza;
Jair Ventura, no Sport;
e Barbieri, no RB Bragantino.
Porém, com exceção de Ceni, cuja aposta em 2018 fora feita com base em ideias que o São Paulo não lhe deu tempo para aplicar, os demais não fogem à regra.
Tiveram de mostrar trabalho tapando um buraco aberto pelo insucesso de seus antecessores.
Foi assim com Ramon, que substituiu Abel Braga, no Vasco, na reta final da Taça Rio;
Com Barros, que ganhou chance no Atlhético-PR com a demissão de Dorival Júnior;
E com Coelho, que herdou o posto no Corinthians com a queda de Tiago Nunes.
Jair Ventura e Maurício Barbieri podem até ser encarado de outra forma:
O primeiro porque era uma paquera antiga da diretoria do Sport;
E o segundo por já ter trabalhado no Audax-SP com Thiago Scuro, hoje executivo do RB Bragantino.
A boa adaptação de treinadores estrangeiros, aliada à necessidade de uma folha salarial mais enxuta, parece ter reaberto o mercado para novas ideias.
E quem não tem dinheiro para pagar os técnicos de fora está tendo de descobrir à força uma opção aqueles com mais rodagem, mas sem grandes conquistas…