Tem tudo para ser um jogo bom de se ver este clássico entre o Fluminense de Fernando Diniz e o Botafogo de Eduardo Barroca, sábado (11), no Maracanã.
Principalmente, ao final de uma semana que começou com a histórica virada na Arena Grêmio, passou pela épica goleada do Liverpool sobre o Barcelona no Anfield, e atingiu o ápice da emoção no feito que o Tottenham nos fez aplaudir no embate contra os jovens do Ajax, em Amsterdam.
Os dois treinadores têm, por convicção, um trabalho voltado para o jogo de construção, com movimentos ensaiados e posse de bola.
E irrita essa ladainha de que “de nada adianta ter a bola se o jogador não sabe o que fazer com ela”.
Afinal, ter a bola é o primeiro movimento para a prática do jogo.
E a mensagem que Diniz e Barroca parecem transmitir a seus jogadores é “não tenham medo de estar com ela…”
E devo dizer que não é por modismo.
É por convicção, mesmo.
O trabalho de Fernando Diniz já é conhecido, principalmente pelos feitos nos clubes de menor porte do futebol paulista.
Mas o de Eduardo Barroca conhece um pouco quem acompanhou o sub 20 do Botafogo em 2016/17 ou do Corinthians em 2018.
Ou bastante quem, se interessa pelos personagens menos importantes desse universo chamado futebol.
E foi ali que o conheci…
Barroca, de 37 anos, está no futebol há 15.
Dirigiu times nas divisões de base de Flamengo, Madureira, Audax, Corinthians, e Botafogo.
Fora trabalhos de auxiliar dos profissionais do Audax, Bahia, Fluminense e Vasco.
E sempre preconizou o jogo coletivo.
Receita que ele aposta ser capaz de dar ao Botafogo um certo “protagonismo” diante de elencos mais bem qualificados e trabalhados há mais tempo.
Em fase de consolidação do trabalho, ele pôs na cabeça dos jogadores do Botafogo que é possível encarar os adversários de peito aberto.
Sobretudo os próximos seis que o time terá até a Copa América: Fluminense, no Maracanã; Vasco, Palmeiras e Grêmio no Nílton Santos;
Goiás e CSA fora do Rio.
Quer estar sempre num patamar confortável para depois aproveitar os 22 dias de preparação com trabalhos coletivos.
E, por óbvias limitações financeiras, não solicitará reforços ou utilizará dos problemas estruturais do clube para justificar um possível malogro.
Se conseguirá êxito, impossível dizer.
Mas, conceitualmente, é tudo o que o Botafogo precisa para provar que a falta de dinheiro não impede o sonho de um futebol bem jogado.
Sem omissão ou táticas que desprezam a bola.
Rezemos, então, para que Barroca seja feliz…