O Rio de Janeiro respira a final do Estadual e a empolgação dos vascaínos dispensa maiores justificativas: o clube não conquista o Carioca desde 2004, venceu o primeiro confronto com o Botafogo e tem a vantagem agora de jogar por um empate.
Daí todo o frenesi dos torcedores que esgotaram a carga de ingressos em menos de 12 horas _ fato raro, senão único, na história recente dessa competição tão avacalhada por seus próprios dirigentes.
Mas, na contramão do fluxo, queria mesmo aproveitar o momento para falar do Botafogo.
E chamar atenção para seu retrospecto: das últimas nove finais do Estadual, o clube só não decidiu o título nas edições de 2011 e 2014.
Esteve presente, portanto, em sete delas, entre 2006 e 2014, sendo campeão em três: 2006, 2010 e 2013.
Note bem: em nove disputadas entre 97 e 2005 foi finalista (e venceu!) apenas uma: justamente a de 97.
A VIRADA.
Isso me leva a crer que se não fosse essa fórmula de rebaixamento da CBF, que castiga severamente por uma má campanha isolada, o Botafogo estaria vivendo um de seus mais sólidos períodos neste século.
Com sede equipada e estádio para explorar, ostentou ídolos internacionais, revelou bons jogadores, voltou à Libertadores, marcou presença nas finais e conquistou títulos.
Títulos estaduais, é verdade, mas títulos.
Tudo o que não teve na década de 80, muito do que lhe faltou nos anos 90 e parte do que impediu voos maiores na primeira parte dos anos 2000.
RESPEITO.
O Botafogo, como um todo, pode ainda estar longe do Glorioso dos anos 60. Mas já não é mais o figurante de espetáculos alheios.
E mesmo que esteja temporariamente na Série B do futebol brasileiro, mesmo que por alguns momentos tenha bebido em fontes contaminadas, percebe-se pela linha do tempo que não há o que temer.
Se há quem possa festejar a recuperação do respeito ético, moral e desportivo, este é o torcedor alvinegro.