Contrato junto ao Sendas, com apenas 16 anos, Vitinho sempre foi visto como uma das maiores promessas das categorias de base do Botafogo. Elogios são algo comum na vida do garoto, que aos 18 anos assumiu a titularidade do Alvinegro ao lado de Seedorf no meio de campo. Porém, o jogador recebe cuidados especiais desde que chegou a General Severiano para que não haja um deslumbramento.
E esses cuidados especiais aumentaram ainda mais com sua titularidade no Botafogo. É comum ver Oswaldo de Oliveira conversando com o atleta durante os treinamentos. Além do treinador, Seedorf também comprou a ideia e tem demonstrado empenho em preservar o jovem meia-atacante.
Prova disso ocorreu durante o intervalo do triunfo sobre o Vitória. Os repórteres da TV Globo e do SporTV foram entrevistar Vitinho, que começou a responder as perguntas. No meio da conversa, Seedorf retirou o xodó do Botafogo e o conduzido ao vestiário. Entrevistas só ao fim da partida.
“Claro que apoio [atitude de Seedorf]. É uma visão que ele tem [preservar Vitinho]. Fiz isso com o Kaká no São Paulo e diminui as entrevistas. Principalmente essas durante o jogo. O Seedorf teve essa visão de diminuir a carga do jogador naquele momento e ele foi perfeito”, defendeu Oswaldo de Oliveira.
O episódio, no entanto, é apenas um exemplo do que ocorre internamente. Desde que Oswaldo chegou ao Botafogo, em janeiro de 2012, viu em Vitinho um grande potencial. Apesar de vários elogios sobre seu desempenho nos treinamentos, o atleta teve poucas chances dentro de campo. A explicação era sempre a mesma: “Ele precisa amadurecer bastante”.
O tal amadurecimento parece ter chegado em 2013. Vitinho brilhou no Campeonato Carioca e foi peça decisiva para a conquista da competição. Com as saídas de Fellype Gabriel e Andrezinho, ele assumiu a titularidade e manteve as boas atuações. Em alguns momentos o jogador foi vaiado pela torcida por segurar demais a bola. Porém, tal atitude é defendida por Oswaldo de Oliveira.
“Precisamos de sintonia fina. Não posso coibir a espontaneidade e a fome de gol do Vitinho. Ele é um jogador que dribla e finaliza como poucos no futebol brasileiro. Não vou coibir ou podar, vou dar sempre a possibilidade de tentar o gol, se sentir confiança. Temos trabalhado para que ele não seja repetitivo, porque senão o adversário identifica o que vai fazer. Estamos trabalhando para que amadureça de uma forma geral”, finalizou o comandante.