Durcesio Mello foi o segundo candidato a presidente do Botafogo entrevistado pelo site “GE”. A eleição ocorre na terça-feira e definirá o mandatário para os próximos quatro anos.
Aos 65 anos, Durcesio faz parte da Chapa Preta e Branca “Botafogo de Todos” e tem como vice Vinicius Assumpção. O candidato promete profissionalizar o Botafogo, extinguir algumas vice-presidências e diz já negociar com um camisa 10.
– Sem dúvida, sou um dos que falam que temos que fazer um time forte e trazer um ídolo para alegrar a torcida e fazer novos torcedores, isso faz parte de um projeto a longo prazo. Eu tentei trazer um jogador, fiz uma oferta numa loucura, por um jogador que está em atividade na Europa, pra ser o camisa 10. Prefiro não revelar o nome, porque a negociação não acabou, mas é um cara que vai impactar não só o Botafogo, mas certamente o futebol brasileiro. Seria leviano eu prometer que vou entrar, contratar, e o Botafogo vai ser campeão do Brasileiro, da Libertadores – disse.
– Isso é sonhar demais, mas temos que ser mais dignos e à altura das tradições botafoguenses. Temos que fazer um time para não entrar todo ano no Brasileiro pensando, depois que ganhar três pontos, que agora só faltam 41 para não ser rebaixado. Tem que ser com planejamento, pessoal que entenda de futebol, montar um time competitivo para daqui a dois, três anos quem sabe as coisas começarem a melhorar, porque aí a roda começa a girar e você consegue fazer times fortes para disputar títulos. Eu tenho 65 anos e há 25 não vejo o Botafogo ser campeão. Não sei se eu tenho mais 25 anos pra viver – acrescentou.
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Profissionalização
– Eu já quero no primeiro dia estar com um CEO e começar a definição da equipe profissional. Um projeto meu é profissionalizar o clube, porque esse amadorismo levou aonde está hoje. Isso acho que passa por uma gestão profissional, com um CEO, diretores remunerados, performance e metas. Eu quero funcionários em tempo integral, um CEO que caiba nas finanças, que traga resultados, escolher uma equipe básica, o diretor financeiro, diretor comercial e o diretor de administração ou de serviços, ainda estamos definindo o organograma.
– Mas isso é a primeira coisa, tentar após a posse anunciar o nome do CEO. Estou conversando com pessoas para definir o perfil dessa pessoa. Não precisa ser alguém ligado ao futebol; se for, melhor. Profissionalização não é só uma palavra bonita, tem que mexer em muitas coisas, é o meu primeiro compromisso. Têm outras coisas que quero fazer a curto prazo, mas esse dá pra fazer no primeiro dia. Tenho que revisitar contratos, a estrutura do Botafogo, a gente tem que fazer plano de carreira pros funcionários, implantar o modelos de governança corporativa, compliance.
Dívidas
– É difícil imaginar como pagar com o orçamento que existe, mesmo com o futebol. Não acho que o Botafogo está falido, ele está numa situação muito delicada. Acho que o grande problema não é o R$ 1 bilhão, o grande problema são as dívidas que aparecem toda hora, que fazem bloquear as receitas do Botafogo. Então acho que a primeira coisa é viabilizar via S/A, que seria uma maneira melhor e todos acreditam que vai acontecer, estou confiante e tentando ajudar independente de quem for eleito.
– Porque é fundamental para trazer dinheiro novo e poder quitar essas dívidas de curto prazo e tocar a vida. O Botafogo, não fossem as dívidas, teria uma operação rentável. Eu acho que passa por trazer dinheiro novo via S/A ou de outra maneira para quitar essas dívidas que estão na casa de R$ 450 milhões, que são as mais críticas. O resto é equacionado, Ato Trabalhista e Profut vão se pagando. Essa é minha grande preocupação, e é isso que teremos que trabalhar pra pagar caso a S/A não saia.
Botafogo S/A
– A S/A está andando, e eu ganhando a eleição traz uma credibilidade e uma certeza para os fundos, porque sou 110% favorável à S/A. Inclusive, eu era um investidor no plano A, porque acredito que o Botafogo é um investimento que pode ser rentável. Agora tem o plano B, e acho que pode ser muito mais viável porque abre para investidores. Acho que vai acontecer e tem que acontecer, senão só resta trazer dinheiro novo com algum empréstimo, mas isso não me passou pela cabeça, porque é uma operação gigantesca comprometer um empréstimo de R$ 200 milhões para o clube rodar.
– O dinheiro vai entrar, tem receitas pro ano que vem, a gente consegue girar o futebol, mas a S/A é importante porque você destrava receitas que hoje estariam travadas e também possibilita fazer um time para disputar torneios. Eu prefiro nem pensar na hipótese de a S/A não sair. O torcedor pode, às vezes, não gostar, mas pergunte a qualquer um que se oponha à S/A se o torcedor do City, Liverpool, Manchester United, Arsenal ou PSG estão insatisfeitos. Eu quero é ver meu time ser campeão.