Botafogo estreia com média de 21,1 anos: ‘Planejamento é oportunizar, ensinar e vencer’

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Por FogãoNET

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Caio Alexandre no treino do Botafogo para o jogo contra o Internacional | Campeonato Brasileiro 2019
Vítor Silva/Botafogo

É impossível vislumbrar o futuro do Botafogo sem levar em conta o projeto de sociedade anônima que pretende desafogar as finanças do clube. Nesse contexto, não poderia ser diferente o olhar para as categorias de base. Afinal, livrar-se da asfixia de hoje permitiria aprimorar a infraestrutura à disposição dos garotos, além de garantir um melhor aproveitamento técnico e financeiro desses talentos — passos fundamentais para um clube que cada vez mais conta com eles.

Um levantamento feito pelo site Footstats a três rodadas do fim do último Brasileirão apontou o Botafogo como o time que mais colocou suas crias em campo, à frente de Vasco e Avaí, que completaram o pódio. E eles continuarão sendo acionados neste início de Carioca. Enquanto o grupo principal segue trabalhando sob as orientações de Alberto Valentim em Domingos Martins (ES), um apanhado de 13 jovens (além do goleiro Diego Cavalieri) viajou para enfrentar o Volta Redonda, hoje. A média de idade dessa delegação é de 21,1 anos, e a eles serão somados outros oito jogadores do sub-20.

— Isso me deixa muito orgulhoso. Lógico que passa um pouco pela necessidade, mas acredito que o ponto principal é que o Botafogo hoje confia e não tem medo de usar seus atletas de base — afirma o gerente geral da base alvinegra, Tiano Gomes.

Há no horizonte um passo importante a ser dado: levar os meninos de Caio Martins (onde normalmente treinam do sub-11 ao sub-17) e General Severiano (principal casa do sub-20) para o novo CT, em construção em Vargem Pequena, na Zona Oeste. A obra não tem prazo para ser concluída, mas é aguardada com ansiedade. Lá também será a casa do elenco principal, o que permitirá um trabalho mais integrado e homogêneo.

Restará, então, avançar no ponto que hoje é a principal dificuldade da base do Botafogo: o tratamento dos meninos como ativos. Em 2019, a venda de quatro jogadores formados em General Severiano rendeu ao clube cerca de R$ 33 milhões, menos da metade do estimado no orçamento para a temporada. Neste ano, ainda não houve divulgação da previsão orçamentária, mas é seguro apostar que o alvinegro contará com esse tipo de receita.

Negociar os meninos, porém, torna-se tarefa hercúlea quando se vende o almoço para pagar o jantar.

— A situação financeira não permite que o clube respeite o melhor momento para se fazer uma negociação ou a busca por um valor melhor. São dívidas grandes e que não esperam — lamenta Tiano.

De fato, as cifras jogam contra. Vitinho é até hoje a principal venda da história do clube, por € 10 milhões, bem menos do que movimentaram o Flu, com Gerson (€ 16,6 milhões); o Vasco, com Paulinho (€ 20 milhões); e o Flamengo, com Vinicius Junior (€45 milhões). Enquanto isso, ao menos a filosofia está clara, como resume Tiano:

— Nosso planejamento para 2020 envolve oportunizar, ensinar e vencer.

Fonte: Extra Online

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